Atualizada em 03/05/2018 às 16h
Francis Albert Sinatra, conhecido como Frank Sinatra, morre em 14 de maio de 1998, aos 82 anos, em consequência de um ataque cardíaco. Apelidado de “A Voz”, foi uma das figuras mais importantes da música popular do século 20 e deixou, por meio de discos e concertos, um legado próximo à perfeição no que respeita a interpretação vocal masculina. Sua popularidade foi enorme e praticamente constante ao longo de toda a vida, se bem que foram especialmente exitosos os anos 1950 e 1960, sendo esta última década, com a produção discográfica para o selo Capitol, considerada a etapa de maior qualidade artística como cantor.
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Seu repertório incluiu canções dos mais importantes compositores populares norte-americanos como Jimmy van Heusen, Cole Porter, Sammy Cahn, George Gershwin, e seu estilo sintetizou quinze anos de influência mútua entre a música de inspiração jazzística e a música pop que se difundia por meio do rádio. Sinatra construiu seu estilo, como o haviam feito Bing Crosby, Fred Astaire, Benny Goodman e Louis Armstrong, explorando a ideia de que a música popular, em todas as suas vertentes, deveria ser uma extensão da conversação.
Tecnicamente, se caracterizou pela aguda precisão do fraseado e domínio pleno da respiração. O registro de sua voz estava próximo do barítono, o timbre extremamente agradável e a categoria artística alicerçada na capacidade interpretativa, capaz de transmitir as emoções e sentimentos implícitos nas letras das canções.
Nascido em Hoboken, Nova Jersey, em 12 de dezembro de 1915, sua vocação nasceu aos 17 anos, em 1933, após assistir a um concerto de Bing Crosby. Dois anos depois ingressou na banda The Hoboken Four e se apresentou no programa radiofônico Major Bowes Amateur Hours, o que lhe propiciou convites para outras apresentações.
Em 1939, o trompetista Harry James o contratou como ‘crooner’ de sua orquestra, realizando então suas primeiras gravações. Nesse mesmo ano casou-se com Nancy Barbato. Em 1940 ocorreram dois fatos fundamentais em sua carreira: é contratado pela orquestra de Tommy Dorsey, um dos conjuntos de swing mais populares dos Estados Unidos, e nasce sua filha Nancy.
Por sua destacada personalidade, em 1942 se converteu num ídolo da juventude norte-americana. Em 1943 iniciou sua carreira solo com o lançamento do LP “All or nothing at all”, que vendeu mais de um milhão de cópias. Com seu prestígio em alta, estreou em 1944 no cinema com o filme “A Lua a seu Alcance”. Nesse mesmo ano nasceria seu filho Francis Wayne e, 4 anos depois sua segunda filha, Tina. Em princípios das década 1950, uma grave afecção das cordas vocais ameaçou cortar-lhe a carreira prematuramente. Todavia, recuperou-se sem maiores problemas.
Em 1951 se divorciou para se casar com a estrela do cinema Ava Gardner. Dois anos depois, conquistou um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante como Angelo Maggio em “A Um Passo da Eternidade”. Nesse mesmo ano se separou de Ava.
Em 1955 retomou a carreira musical com o disco “In the wee small hours”, que chegou a ficar em segundo lugar nas paradas de sucesso ao mesmo tempo que foi indicado para o Oscar de Melhor Ator pelo filme “O Homem do Braço de Ouro”, além de belas interpretações em “Alta Sociedade” e “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, ambos de 1956.
Na década de 1960 prolongou sua brilhante carreira com títulos como “Nice and easy” “Strangers in the night” (1962). Protagonizou também a película “Sob o Domínio do Mal” (1962) que, malgrado ser considerada pela crítica uma das melhores fitas de Sinatra, não obteve grande reconhecimento do público.
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Quando contava já com 50 anos, casou-se com a atriz Mia Farrow, 30 anos mais jovem, se bem que o matrimônio logo naufragou. Em 1968 se divorciou para contrair novas núpcias em 1976, a quarta, nessa ocasião com Barbara Marx, viúva do ator cômico Zeppo Marx, dos Irmãos Marx.
Em termos de parcerias musicais, se esmerou em colaborações com Count Basie em 1962, com seu ídolo de juventude Bing Crosby em 1964, com sua própria filha Nancy em 1966, com o compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim em 1967 e com Duke Ellington em 1968.
Na década de 1970 se consolidou como uma autêntica instituição da música popular e em 1980 interpretou seu último papel dramático no filme “O Primeiro Pecado Mortal”, se bem que se pôde assisti-lo em pequenas aparições na comédia “Um Rally Muito Louco” de 1984.
Em 1990, por ocasião de seu 75º aniversário, celebrou uma estrondosa turnê pelo seu país e em algumas partes do mundo e em 1994 foi galardoado com o Prêmio Grammy pelo conjunto de sua inesquecível e brilhante carreira artística.
Também nessa data:
1940 – Morre a anarquista Emma Goldman
1948 – Estado de Israel é proclamado
1967 – Morre o escritor e jornalista norte-americano Michael Gold
1999 – Bill Clinton se desculpa por atacar embaixada da China em Belgrado