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Último vôo da aeronave Concorde no dia 24 de outubro de 2003 levou passageiros de Nova York a Londres
Marco na história da aviação, o Concorde deixou de voar a 24 de Outubro de 2003, depois de ter realizado sua última viagem entre Nova York e Londres.
O Aérospatiale-BAC Concorde foi um avião supersônico utilizado para o transporte de passageiros. Construído a partir do conjunto de trabalhos dos fabricantes BAC (British Aircraft Corporation) e Aeroesptiales, realizou seu primeiro voo em 1969, mas apenas entrou em serviço 7 anos depois, em 1976.
Seus principais destinos foram os aeroportos de Londres Heathrow, Paris Charles de Gaulle, JFK em Nova York, Foster Dulles em Washington, bem como o Aeroporto Internacional Ministro Pistarini de Buenos Aires, o Aeroporto Internacional Benito Juarez da Cidade do México, o Aeroporto Internacional El Dorado de Bogotá e o de Maiquetia de Caracas.
Podia chegar aos destinos na metade do tempo que um avião comercial convencional. Foi o segundo avião a reação supersônico a ser usado comercialmente, sendo somente superado pelo Tupolev Tu-144.
Seu nome, Concorde, provém da união e colaboração entre França e Reino Unido no desenvolvimento e fabricação do aparelho. Foram construídas apenas 20 unidades e o investimento financeiro para os estudos, projeto e fabricação, veio das empresas BAC e Aerospatiale. Ademais, os governos francês e britânico haviam prestado generosas subvenções a British Airways e Air France para aquisição dos aviões.
O grave acidente quando um dos Concorde estatelou-se no solo em 25 de julho de 2000, pouco tempo depois de ter decolado de Paris, causando 113 mortos, e outros fatores, como a escassa rentabilidade, precipitaram sua retirada definitiva. Não obstante, é considerado um dos ícones da aviação comercial e da história da aviação em geral.
Durante seus 27 anos, o Concorde transportou quase quatro milhões de pessoas e efetuou 50 mil voos supersônicos.
Documentário
No filme “Concorde, o Voo Final” os espectadores podem seguir um dos últimos voos do famoso avião. Os responsáveis pelo documentário afirmaram previamente que os assistentes iriam sentir a emoção de uma viagem supersônica.
Numa visita guiada ao interior do Concorde, a câmera mostra todo os locais importantes relacionados com a aeronave desde as salas de embarque ao interior do avião. Pode-se observar o que se passava nos bastidores da luxuosa e sofisticada operação.
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O documentário apresenta também depoimentos de pessoas fundamentais para o funcionamento do Concorde, como o piloto Mike Bannister, responsável pela criação das ementas de bordo, David Stockton, e o engenheiro chefe Claude Freeman. Os admiradores do Concorde e os passageiros assíduos também dão testemunho das suas experiências e memórias dos momentos que passaram a bordo. Entre esses testemunhos salientam-se os de Christie Brinkley, Maya Angelou, Larry Gelbart, Paul Theroux, David Frost e Lord Sachi.
O primeiro voo do Concorde realizou-se a 2 de Março de 1969, tendo ligado Toulouse e Nova York.
O final do Concorde
Em 10 de abril de 2003, a Air France e a British Airways anunciaram simultaneamente que retirariam o Concorde de linha até o final daquele ano. As razões invocadas para aposentá-lo foram: o baixo número de passageiros após o desastre de 25 de julho de 2000; o aumento dos custos de manutenção; a queda das viagens em avião depois do 11 de setembro de 2001 – o atentado contra as Torres Gêmeas em Nova York.
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Aeronave Concorde da companhia britânica British Airlines estacionada no aeroporto de Heathrow, em Londres
Apesar de que no momento de sua entrada em serviço, na década de 1970, ter sido o Concorde uma revolução tecnológica, no momento de sua retirada a falta de competitividade de que havia gozado o levou a não atualizar as aeronaves nem fabricar novas variantes como fizeram outros aviões da época como o Boeing 747, o que precipitou sua aposentadoria.
Pouco antes da retirada do Concorde, Richard Branson ofereceu à British Airways a possibilidade de que sua companhia, a Virgin Atlantic Airways, comprasse sua frota pelo simbólico preço de uma libra cada aeronave, quando seu preço real era de 26 milhões de libras esterlinas.
Branson argumentou que a razão desse preço simbólico era devido a que a British Airways também tinha pagado este preço simbólico ao adquirir os aparelhos, pois o governo britânico havia subvencionado a maior parte dos gastos. A British rechaçou a oferta. Branson afirmou ao The Economist que chegou a oferecer mais de 5 milhões de libras por cada avião, o que também foi rechaçado.
Qualquer esperança de que o Concorde continuasse funcionando se viu frustrada quando a Airbus rejeitou a proposta de se encarregar da manutenção dos Concorde.