Em 24 de dezembro de 1865, em Pulaski, Tennessee, acontece a primeira reunião da Ku Klux Klan, nome dado a um grupo de militares veteranos da Guerra de Secessão – guerra civil norte-americana – que lutou nas tropas confederadas do Sul dos Estados Unidos.
A KKK cresceu rapidamente e logo se transformou de uma entidade secreta de fraternidade social para uma força paramilitar dedicada a reverter as ações progressistas do governo federal no sul do país, em um plano conhecido como Era da Reconstrução, em especial o enfrentamento das políticas que objetivavam os direitos da população afro-americana.
O nome de Ku Klux Klan é derivado da palavra grega ‘kyklos’, que significa ‘círculo’ e da palavra gaélico-escocesa ‘clan’ que provavelmente foi escolhida para repetir fonemas idênticos ou parecidos no início das palavras, visando efeitos propagandísticos, ou seja, em favor da aliteração.
Os membros da KKK usavam um capuz e um roupão branco para não serem reconhecidos quando tinham de aterrorizar, agredir e linchar os negros. Ou então colocar fogo em uma cruz no meio do milharal.
O ex-general confederado Nathan Bedford Forrest foi o primeiro “Grande Feiticeiro”, titulo conferido ao chefe da organização KKK. Em 1869, tentou sem sucesso dissolvê-la quando passou a criticá-la por sua excessiva violência.
Em alguns estados sulistas, partidários do Partido Republicano organizaram unidades de milícia para desbaratar a KKK. Em 1871, a Lei KKK foi aprovada no Congresso, autorizando o presidente Ulysses Grant a usar força militar para reprimir a KKK. A lei acabou pôs nove condados da Carolina do Sul sob lei marcial, o que resultou em centenas de prisões. Em 1882, a Suprema Corte declarou lei inconstitucional, porém, o KKK se enfraquecia paulatinamente.
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Cruz sendo queimada, atividade introduzida por William J. Simmons, o fundador da segunda Klan em 1915
Século XX
O século XX assistiu a dois ressurgimentos da KKK: um em resposta aos fluxos imigratórios dos anos 1910 e 1920 e outro em resposta ao movimento dos direitos civis dos afro-americanos nos anos 1950 e 1960.
Após a Segunda Guerra Mundial, Samuel Green, da Georgia, liderou uma tentativa conjunta de ressucitar o KKK, mas fracassou totalmente quando a organização se cindiu e estado após estado expressamente proibiram o agrupamento.
Contudo, as ações públicas do movimento pelos direitos civis da população negra durante os anos 1960 deram à KKK um novo ímpeto, levando ao ressurgimento de organizações. A mais notória foram “Os cavaleiros Brancos” do Mississippi, comandada por Robert Shelton.
Os renascidos grupos foram responsáveis por violentos ataques contra negros e militantes dos direitos civis em cidades de todo o Sul, como Jacksonville e St. Augustine, Florida., Birmingham e Montgomery, Alabama e Meridian, Mississippi.
Apesar do apoio de setores da elite branca, a nova KKK não demonstrava ser forte e já no final da década seu poderio e militância baixaram praticamente a zero. Embora um renascimento de apoio à KKK tenha sido manifestado pela surpreendente popularidade no começo dos anos 1990 de David Duke, na Louisiana, a filiação às organizações se restringe atualmente em poucos milhares de membros.
(*) Publicado originalmente em 24 de dezembro de 2010.