Al Capone, o gangster norte-americano de origem italiana que reinou como chefe inconteste do “Sindicato do Crime” em Chicago durante todo o período da Lei Seca (1919-1932), teve vida curta, mesmo considerando que a longevidade era menor na época. Corroído por uma sífilis mal tratada e sofrendo de paralisia, morreu aos 48 anos, no dia 25 de janeiro de 1947.
Chamava-se Alphonse Gabriel Caponi e começou sua “carreira” no Brooklyn, em Nova York, onde nasceu, antes de se mudar para Chicago e converter-se na figura do crime mais importante da cidade. No final dos anos 1920, já estava na lista dos mais procurados pelo FBI, a polícia federal norte-americana. Sua queda se deu nos anos 1930, quando foi preso por sonegação de impostos.
A família Caponi emigrou da Itália para Nova York em 1894, fixando residência no sul do Brooklyn. Al Capone abandonou os estudos aos 14 anos, para trabalhar em diferentes lugares e atividades. Nessa época conheceu o gangster Johnny Torrio, que virou seu mentor. Torrio introduziu o jovem Capone na senda do crime, integrando-o em distintos bandos juvenis, o mais famoso deles a Gangue Cinco Pontos (Five Points Gang), a mais perigosa daqueles tempos.
Pouco tempo depois se converteria em guarda-costas do mafioso Frankie Yale, que encomendava a Capone tarefas como extorquir comerciantes em troca de proteção. Certa noite, no clube noturno de seu chefe, o Yale’s, Capone se embebedou e insultou uma das moças que ali trabalhava. O irmão da moça, Frank Gallucio, tomou as dores e em meio à briga sacou uma navalha e rasgou por três vezes a cara de Capone. As cicatrizes lhe renderiam outro apelido, Scarface.
Al Capone ainda trabalhava para Frankie Yale quando, acusado de dois assassinatos, foi enviado a Chicago em 1919, passando a agir sob as ordens de James “Big Jim” Colosimo, rei do tráfico de então. Não tardou muito e Torrio passou a comandar o bando graças à eliminação de “Big Jim”, cujo autor teria sido Capone ou Yale. Torrio entregou a Capone, já nos anos 1920, a chefia do bando dedicado à exploração do lenocínio (cafetinagem), do jogo ilegal e do tráfico de bebidas.
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Fotografia do Departamento de Justiça dos EUA mostra Al Capone em junho de 1931
Fortuna
Capone dominou o mundo do crime de Chicago depois de eliminar todos os seus rivais numa série de violentas disputas, criou o “Sindicato do Crime” e acumulou uma fortuna que no final da década de 1920 chegava a mais de 100 milhões de dólares, que representaria um valor bem maior nos dias de hoje.
Apesar de levar a cabo seus negócios por intermédio de testas-de-ferro e não havendo registros que o relacionassem com os lucros, novas leis promulgadas permitiram que o governo norte-americano o processasse e condenasse por sonegação de impostos. Perseguido por Elliot Ness e seus agentes incorruptíveis, “Os Intocáveis”, e levado às barras do tribunal, Al Capone foi considerado culpado em 5 de 23 acusações e sentenciado a 11 anos de prisão. Levado a um cárcere de Atlanta em 1932, não deixou de controlar seus negócios da prisão. Diante disso, foi removido para a prisão de Alcatraz em 1934, sendo vigiado estritamente e privado de qualquer contato com o mundo exterior.
Mostrando sinais de demência, provavelmente em virtude de uma sífilis mal tratada, passou grande parte de seus últimos dias de reclusão no ambulatório. Foi finalmente libertado em 16 de novembro de 1939 e morreu pouco mais de sete anos depois.
Também nesta data:
1077 – Imperador Henri IV ajoelha-se aos pés do papa Gregório VI
1924 – É realizada a primeira edição das Olimpíadas de Inverno em Chamonix
1981 – Viúva de Mao Tsé-tung é sentenciada à morte