– Coronavírus é a principal preocupação mundial no momento. Há vinte dias, no dia 9 de janeiro, a primeira morte pelo vírus era registrada em Wuhan, na província de Hubei na China. A pessoa falecida havia comprado animais silvestres em um mercado de peixes local, fala-se em morcegos, para serem preparados como alimentos. Os últimos números são de 132 mortes, todas na China e aproximadamente 6000 pessoas infectadas. Pelo menos 15 países apresentam casos confirmados da doença. Em entrevista ao Estadão, Arnold Monto, um epidemiologista da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, ex-consultor da OMS e especialista em coronavírus disse que a situação “ainda vai piorar antes de começar a melhorar”. Para o médico, por não haver vacina e nem remédio para o vírus, a adoção do isolamento e da quarentena é a melhor forma de conter a propagação da doença.
– O impacto econômico do surto por coronavírus iniciado na China também se transformou em uma preocupação mundial. Bolsas de valores de todo o mundo tiveram fortes quedas esta semana. O crescimento chinês pode sofrer revês de mais de um ponto, segundo analistas, pois os gastos com transporte, turismo e diversão em geral podem cair mais de 10%. Wuhan é uma megalópole industrial que fica entre dois eixos importantes do país, de um lado o rio Yangtzé, o mais longo de toda a Ásia, e do outro o eixo-norte sul do trem que vai de Pequim a Hong Kong. A cidade possui vários consulados, várias indústrias automotivas e conexão aérea direta com vários países da Europa e das Américas. A companhia aérea British Airways suspendeu todos os seus voos para a China continental, assim como a companhia da Indonésia, Lion Air. Já a russa Ural, muito usada pelos chineses para chegar à Europa, suspendeu todos os seus vôos para a Europa.
– Dos EUA saiu ontem a proposta de anexação da Palestina por Israel disfarçada em um “Plano de Paz”. O anúncio do projeto na verdade foi um ato político de apoio a Israel. O genro do presidente Trump, Kushner, ofendeu mais uma vez os palestinos ao dizer que suas reivindicações são “velhas” e embaladas por “mitos e mentiras”. Em troca propõe para para os palestinos uma “nova Jerusalém”, fora dos limites da cidade sagrada e “renegociar” as fronteiras do “Estado Palestino”, coisa que nunca admitiram e agora usam como jogo de retórica. Após o show, Netanyahu precisa enfrentar a realidade em casa. A procuradoria do país formalizou a abertura de processo que poderá leva-lo a uma condenação por corrupção. O indiciamento ocorre em um período de redefinição política no país que se prepara para a terceira eleição em meses. Seu principal concorrente, Benny Gantz, já saiu dizendo: “ninguém consegue gerenciar um país e simultaneamente responder a três acusações sérias de crimes de fraude, propina e quebra de confiança”.
– A Autoridade Palestina rechaçou a proposta de acordo dizendo que Jerusalém não está a venda. Também o chanceler iraniano Javad Zarif se manifestou dizendo que chamado “acordo do século” não terá êxito. Ao ironizar os norte-americanos como “campeões em democracia” o líder iraniano perguntou porque o povo palestino não é consultado para a construção desses planos.
– Chegou nesta terça-feira (28/01) a El Alto, na Bolívia, Luis Arce, antigo ministro da economia de Evo, e que será o candidato do MAS nas eleições presidenciais de maio. Foi recebido por uma grande multidão. Logo da sua chegada também recebeu uma citação da justiça pedindo sua apresentação por “descumprimento de deveres e “outros””, como sinal de que segue a perseguição política aos dirigentes do MAS por parte do governo golpista de Añez. Ao chegar já se reuniu com a direção nacional do MAS, dirigentes do Pacto de Unidad e da COB (central de trabalhadores). Uma das questões discutidas nas reuniões foi a da data para apresentação oficial da candidatura da chapa composta por Arce e David Choquehuanca. Chegou também à Bolívia uma equipe de quatro consultores da CIDH para participar das investigações sobre a violência golpista que deixou mais de 30 mortos e dezenas de feridos ao final do ano passado. Um dos consultores é brasileiro, Marlon Alberto Weichert, membro do MPF.
– O Reino Unido rompeu com a pressão dos EUA para que a empresa chinesa Huawei não participasse da construção de sua rede de telecomunicações 5G. O vice-presidente a Huawei disse à imprensa que a empresa “está tranquilizada pela confirmação do governo do Reino Unido de que podemos continuar trabalhando com nossos clientes para manter o lançamento do 5G nos trilhos”, segundo ele, “isso dá ao RU acesso à tecnologia líder mundial”. A Huawei foi banida dos EUA que a acusam de espionagem por parte de Pequim. O avanço da Huawei no mercado mundial do 5G será um dos grandes testes da hegemonia norte-americano no mundo no próximo período.
– O combalido Grupo de Lima recebeu mais uma adesão nos últimos dias. Trata-se do Haiti, sob o instável governo de Jovenel Moise, que há meses enfrenta gigantes protestos no país por sua renúncia por desvio de recursos dos fundos Petrocaribe. A adesão divulgada pela chancelaria do Peru via twitter indica alguma exigência dos EUA em seu processo de subjugação cada vez maior do país aos seus interesses imperialistas. Pelo menos um milhão de pessoas estão sob severas condições de fome hoje no Haiti. Por falar em desigualdade e pobreza no Haiti, o economista Thomas Piketti revelou em entrevista que o país, antiga colonia francesa, tem destaque em seu último livro Capital e Ideologia, que apresenta uma história dos regimes de desigualdades,em particular dos sistemas de justificação ideológica das desigualdades. Para ele, a revolta dos escravos no Haiti é “sem dúvidas” o momento mais subversivo da revolução francesa.
– Nesta terça-feira, Paris parou em seu eixo central por uma imponente manifestação dos Bombeiros, que exigem melhorias salariais e de condições de trabalho. Os protestos de rua estão cada vez mais recorrentes e presentes na realidade francesa de 2020.
– Ainda na terça-feira, dia de comemorar o nascimento de José Marti, em Cuba, a ilha sofreu com o impacto de um terremoto da magnitude de 7,1 pontos. Não há relatos de vítimas ou danos mais sérios. O epicentro do sismo foi no mar, a 120 km da costa.
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