Sobre o desfile da Mangueira, eu gostaria de destacar o impacto que me causou a madrinha da bateria não sambar.
Todos sabemos que a bateria é “o coração da escola”, e o coração da Mangueira e do Rio de Janeiro se confundem. Não é preciso ser mangueirense para reconhecer.
E Evelyn, majestosa sambista, não sambou, como quem faz um prolongado minuto de silêncio por todas as nossas perdas.
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À frente de uma bateria que incorporava a brutalidade do exército romano, também vestida de negras balaclavas como imagem letal da polícia, Evelyn não sambou.
Se a madrinha da Mangueira não samba é porque, apesar do carnaval, há muito luto, e apesar de tanto luto… ah, o carnaval!
Até agora não sei dizer se o não-samba da madrinha é o coração que se sente parar quando a polícia sobe o morro ou o coração que teima em bater no compasso da Surdo Um toda vez que a Mangueira conta a nossa história.
Evelyn guerreira, corajosa Estação Primeira, parabéns. E muito obrigada.
Porque madrinha é madrinha, né, meus bacanos?
Reprodução
Se a madrinha da Mangueira não samba é porque, apesar do carnaval, há muito luto, e apesar de tanto luto… ah, o carnaval!
*Publicado originalmente na página do Facebook da autora