1. Konrad Adenauer: um reacionário a serviço da Guerra Fria
Ele foi chanceler da Alemanha Federal de 1949 a 1963. Lá, o chanceler não é o ministro das Relações Exteriores, mas o chefe do governo parlamentarista. Embora no período de 1951 a 1955, de intensa Guerra Fria, Adenauer também tenha acumulado o cargo de ministro das Relações Exteriores.
Líder da acentuadamente direitista Democracia-Cristã alemã – hoje também no poder com a privatista neoliberal Angela Merkel -, Adenauer, a princípio, finda a guerra, manteve estreitas relações com a zona de ocupação britânica na Alemanha.
O declínio definitivo do império britânico se acelerou como uma das consequências importantes da II Guerra Mundial. Adenauer não perdeu tempo em servir aos novos senhores da guerra: o governo dos Estados Unidos, empenhado em sua cruzada antidemocrática mundo afora – com apoio a conflitos bélicos, ditadores e ditaduras militares em todos os continentes – e contra o avanço do socialismo no mundo.
Recebeu o financiamento dos norte-americanos, também o estímulo, pleno endosso, numa das medidas mais torpes da recém-criada Alemanha Federal: a passagem dos funcionários da antiga Gestapo (a onipresente e terrorista polícia política do nazismo) para a “institucionalidade legal” e pseudodemocrática do país.
Numerosos criminosos nazistas não só permaneceram completamente impunes, mas inclusive continuaram suas atividades antidemocráticas na própria polícia política.
Todo o Departamento Anticomunista da Gestapo foi integrado com honras, e persistiu, mutatis mutandis, nas suas funções na “nova” Alemanha. A ponto de ganhar louvores por sua “experiência acumulada” durante o regime nazista: combate à esquerda, aos direitos democráticos, o mais feroz e fascista anticomunismo.
A rapacidade capitalista tornou-se a própria contrafação da democracia; manobra repetida, mas empurrada goela abaixo pelo poder do dinheiro e da mídia dominante a seu serviço. Para piorar, presente o sempre perigoso revanchismo alemão.
2. Desenvoltura da Fundação Konrad Adenauer atenta contra regime democrático no Brasil
É um acinte esta fundação, a serviço do imperialismo alemão, agir com tal desenvoltura no Brasil.
As multinacionais alemãs, como a Volkswagen, por exemplo, colaboraram descarada e abertamente com a repressão da ditadura militar no Brasil: o DOI-Codi agindo dentro da fábrica da Volks em São Bernardo do Campo, prendendo e enviando operários para a tortura.
Tudo evidentemente apoiado por instituições como a Fundação Konrad Adenauer, ligada à reacionaríssima Democracia Cristã alemã, partido de maneira arraigada identificado ao grande capital alemão.
O mesmo grande capital se valia do trabalho escravo de diversos povos; “aproveitava” até a pele e os cabelos de judeus assassinados nos campos de concentração como matéria-prima e fonte de lucros. Tudo para a finalidade lucrativa de grandes monopólios, que estão aí até hoje: Krupp. I.G. Farben, Hoechest, Bayer, etc
Um operário da Volks, em São Bernardo do Campo, durante boa parte dos anos 70, ganhava 16 vezes menos que um operário da Volks na Alemanha fazendo o mesmo trabalho, em condições muito piores, hostis à segurança do trabalhador.
A mesma política de acentuada exploração na América Latina, seguida pelo imperialismo alemão, é empregada em outras regiões, com “diktats” da União Europeia (sob inspiração alemã) contra países mais fracos economicamente da própria Europa meridional, como Grécia, Portugal e Espanha.
E, na América Latina, indispensável tornar o mais público possível o roubo das reservas venezuelanas de ouro e divisas depositadas em bancos europeus, medida de desrespeito completo à soberania da Venezuela, liquidação na prática não só de um direito cristalino, mas negação da própria essência do Direito Internacional.
Isso lembra antecedentes execráveis de ação alemã, também negadores do Direito Internacional, como o suposto “direito alemão ao espaço vital”, território pertencente a outros países e nações.