Meu nome é Norman Finkelstein. Ouvi a declaração de Bernie Sanders esta noite, opondo-se ao cessar-fogo. Tinha planejado passar esta noite lendo, pois estou terrivelmente atrasado em minhas leituras e, a menos que continue lendo, não poderei trazer nada de novo e importante para o que está ocorrendo agora [em Gaza]. Fiquei tão furioso com aquele comentário de Bernie, quando ele disse que se opunha ao cessar-fogo, que minhas entranhas começaram a se contorcer e decidi que tinha de responder. Esse discurso é totalmente não ensaiado. Não há efeitos especiais para tornar meus comentários mais eficazes. Estou apenas falando, enquanto minhas palavras saem do meu cérebro para o ciberespaço.
Bernie disse nessa entrevista que se opunha ao cessar-fogo. E sua justificativa para se opor ao cessar-fogo foi que o Hamas queria destruir Israel e, portanto, o Hamas precisa ser destruído. Portanto, vamos analisar os fatos. Não vou me aprofundar na história. Vou começar apenas a partir de 2006.
Em 2006, houve uma eleição na Cisjordânia e em Gaza, eleições parlamentares. Essas eleições foram impostas ao povo palestino pelo governo dos EUA em um momento agora esquecido do governo Bush denominado de “promoção da democracia”. E parte desse pacote chamado de “promoção da democracia” era para que os palestinos participassem dessas maravilhosas experiências democráticas. E o Hamas foi instado a participar dessas eleições, e acabou invertendo a situação. Até então, ele se opunha a participar de qualquer eleição nos territórios ocupados, porque essas eleições eram uma consequência do Acordo de Oslo. E como o Hamas se opôs ao Acordo de Oslo, ele se opôs a participar das eleições. Mas a organização voltou atrás. Concorreu como um partido político civil. E, para surpresa do Hamas e de todo mundo, venceu as eleições. De acordo com o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, foram “eleições totalmente justas e honestas”, e o Hamas as venceu. O que os EUA e Israel fizeram? Imediatamente impuseram um bloqueio brutal a Gaza, o que paralisou a vida econômica da região. Não foi só isso que fizeram, mas voltaremos a esse assunto em breve.
Antes de mais nada, gostaria de lembrar aos ouvintes: o que é Gaza? Tem 40 quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de largura, é uma pequena porção de terra. Está entre os lugares mais densamente povoados da Terra. Metade da população de Gaza é composta por crianças, e já voltarei a esse assunto. 70% de Gaza é composta por refugiados da guerra de 1948, ou seja, palestinos que foram expulsos da área que se tornou Israel e que acabaram em Gaza e permaneceram refugiados por 75 anos, vivendo em campos de refugiados como o campo de Jabalia, ao qual também voltarei em breve. Por cerca de 20 anos. Ninguém pode entrar, ninguém pode sair. O desemprego em Gaza é de cerca de 50% entre a população em geral, 60% entre os jovens. Segundo informações, é a maior taxa de desemprego de qualquer área do mundo. Gaza sofre com o que as organizações humanitárias chamam de “extrema insegurança alimentar”. Ninguém pode entrar, ninguém pode sair. O que é Gaza? Bem, uma das autoridades de alto escalão de Israel, ou, em termos leigos, um lunático certificado, chamado Giora Eiland, em 2006 – Giora Eiland, que ainda está, aliás, no círculo íntimo de Benjamin Netanyahu neste exato momento em que falo – descreveu Gaza como – não são minhas palavras –, “um enorme campo de concentração”. Isso é Gaza.
Eufemisticamente, até mesmo Bernie, que é tão politicamente correto, reconhecerá que, bem, talvez, diz ele, Gaza pode ser descrita como uma prisão a céu aberto. Prisão a céu aberto, o eufemismo, ou a versão de Giora Eiland – “um enorme campo de concentração”. Ou talvez a de Baruch Kimmerling, o ex-sociólogo sênior da Universidade Hebraica, que definiu-a como “o maior campo de concentração que já existiu”.
Agora, em termos legais. Richard Goldstone, autor do famoso ou infame, como preferir, Relatório Goldstone, após a Operação Cast Lead em 2008-9, disse que o bloqueio de Gaza provavelmente se qualifica ou se eleva a um crime contra a humanidade. Esse é um crime contra a humanidade que perdura há duas décadas. Não é um crime momentâneo contra a humanidade, como jogar uma bomba em um hospital ou jogar uma bomba de 900 kg em um campo de refugiados densamente povoado. Não é um crime momentâneo contra a humanidade, mas um crime contra a humanidade que perdura há quase duas décadas.
Mas note que é o Hamas que deve ser derrotado porque quer destruir Israel, e não Israel que deve ser destruído porque quer encarcerar toda uma população, metade da qual são crianças, em um campo de concentração, o que constitui um crime contra a humanidade. Não, Israel não precisa ser destruído – apenas o Hamas precisa ser destruído.
Bem, antes de mais nada, isso é verdade? Estou perguntando a você, Bernie, não sei se conhece os fatos, e admito que, por mais concentrado que esteja em questões domésticas, provavelmente não conhece os fatos e tem o direito de não conhecê-los. Você entende mais do plano “Build Back Better” do que eu. E essa era sua prioridade. Essa sempre foi sua prioridade. E eu tenho que respeitar isso. Vi seu discurso com a United Auto Workers durante a greve e, por mais que eu tenha me desinteressado de você, tenho de reconhecer que foi um ótimo discurso. Conversei com o Dr. Cornel West logo após esse discurso e disse que foi realmente um discurso brilhante. E ele me disse: “bem, Bernie estava em seu ambiente.” Greves de trabalhadores, direitos dos trabalhadores, sindicatos, é o ambiente do Bernie.
Tudo bem, e admito que, em seu ambiente, você é bom – na verdade, você é o melhor possível. Mas, e vou citar Clare Daly, da União Europeia, quando Ursula von der Leyen decidiu, sem qualquer mandato, abraçar Israel e dizer: “todos nós apoiamos Israel.” Clare Daly, a representante irlandesa na União Europeia, disse – referindo-se a von der Leyen -, “se você não tem nada construtivo a dizer, cale-se”.
Portanto, aqui estão os fatos: quando o Hamas foi eleito, ele enviou repetidamente mensagens de paz para tentar resolver o conflito com Israel. Ele apresentou por conta própria os termos do consenso internacional para resolver o conflito, ou seja, dois Estados nos limites de junho de 1967. Isso é verdade, porque não tenho problemas com fatos. Sempre fui da opinião de que não há contradição entre a verdade e a luta pela justiça. E se houvesse uma contradição entre os dois, isso provavelmente me causaria uma crise moral, mas, no final das contas, eu ficaria do lado da verdade.
O Hamas fez isso, sim, é verdade. Havia áreas como a exigência de implementação total do direito de retorno dos refugiados palestinos aos lares de onde foram expulsos em 1948. Estou dizendo que, embora essa seja a lei, reconheço que, como parte de um acordo, esse aspecto específico da lei internacional provavelmente teria de ser negociado. Estou fazendo um julgamento, por assim dizer, de terceiros, de longe. Mas não há dúvida de que o Hamas estava tentando chegar a algum tipo de acordo com Israel. O histórico é amplo a esse respeito. A documentação é irrefutável e impugnável.
Qual foi a reação israelense? Bem, o tempo não me permite analisar todo o histórico. Mas farei uma breve análise. Tenho que fazê-lo, porque minhas entranhas se contorcem com a coisa desprezível que você disse na entrevista de hoje – não sei se foi idiotice moral, se foi um exemplo de monstruosidade moral ou se foi oportunismo cínico porque você é covarde demais para romper com o presidente Biden. Não sei o que é, mas aqui está o histórico. O histórico pode ser resumido em uma frase que se tornou muito popular no governo israelense. É a expressão “cortar a grama”. Acontece que nesse “gramado” chamado Gaza, 1.100.000 folhas de grama são crianças.
Portanto, sempre que esse governo satânico – e eu escolho minhas palavras com cuidado e com premeditação – se refere a cortar a grama, devemos ter em mente que 1.100.000 folhas de grama nesse gramado são crianças. Mas Bernie Sanders, senador de Vermont, diz que Israel deve destruir o Hamas porque o Hamas quer destruir Israel. Sim, Bernie, você está certo. Você está certo, Bernie. Até 7 de outubro, Israel não queria destruir Gaza. Ele só queria cortar a grama. Você tem toda a razão, Bernie. Agradeço muito por suas sutilezas e nuances morais. O Hamas deve ser destruído porque quer destruir Israel. Mas Israel precisa ser destruído? Não, porque Israel não quer destruir Gaza, ou pelo menos não até 7 de outubro. Ele só quer cortar a grama. Esse é o seu cálculo moral, Bernie. Seu cálculo moral doente, enfermo e mórbido. Portanto, o Hamas, essa organização terrível e maligna, quer destruir Israel, e é por isso que o Hamas precisa ser destruído.
Gage Skidmore / Flickr
O senador norte-americano Bernie Sanders durante debate sobre armas em Des Moines, Iowa.
Em junho de 2008, houve um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Esse Hamas maligno, oh meu Deus do céu, esse Hamas maligno e pérfido negociou um cessar-fogo. E então o que aconteceu? O cessar-fogo foi mantido; foi mantido em junho, foi mantido em julho, foi mantido em agosto, foi mantido em setembro, foi mantido em outubro e foi mantido nos primeiros quatro dias de novembro. E então chegou o dia 4 de novembro. Para as pessoas de memória curta, esse foi o dia da eleição, quando a atenção de todos estava voltada para a eleição presidencial norte-americana e para a eleição do primeiro presidente negro na história de nosso país. E Israel usou esse momento – quando todas as câmeras estavam desviadas – para atacar o Hamas em Gaza e romper o cessar-fogo. Não o malvado e pérfido Hamas, mas o belo e maravilhoso Estado de Israel.
Essa não é a minha versão. Volte e leia o que a Anistia Internacional disse. Na verdade, até mesmo as publicações oficiais israelenses que cito em meu livro afirmam que o cessar-fogo foi mantido até que Israel o rompeu. E então Israel começou a fazer o que faz de melhor. Começou a cometer um massacre de alta tecnologia em Gaza, matando cerca de 1.400 pessoas. Dessas 1.400, 350 eram crianças. Devastou sistematicamente a infraestrutura de Gaza e foi culpado, de acordo com o Relatório Goldstone, de vários crimes de guerra e possivelmente de crimes contra a humanidade.
Agora, aqui vai uma observação para você, Bernie – quase não consigo mais dizer esse nome sem me encher de desprezo e nojo. Trabalhei muito na campanha de 2016 e trabalhei muito na campanha de 2020 e estava, por uma ampla margem, entre as pessoas mais velhas que estavam indo com antecedência para fora de seus estados para fazer campanha para você. E agora essa é uma lembrança amarga quando ouço suas declarações. Então, aqui vai um fato para você, Bernie: como mencionei, cerca de 1.400 pessoas foram mortas em Gaza. As estimativas são de que quatro quintos eram civis, um quinto ou 20% eram combatentes. Se você observar o que aconteceu em 7 de outubro, os números são praticamente os mesmos. Cerca de 1.400 civis foram mortos após a fuga da prisão ou do campo de concentração de Gaza. Os números que vi são de que cerca de 400 eram combatentes entre os israelenses mortos. Mortos, mas, grosso modo, os números se equilibram.
Portanto, esta é a minha pergunta para você, Bernie, e estou falando muito sério. Isso não é uma piada. Não estou falando de marcar pontos de debate. Trata-se de pessoas, para citar a canção da Resistência do Gueto de Varsóvia. Na verdade, é uma canção partidária, mas é a canção da Resistência do Gueto de Varsóvia. E uma das letras diz: “'Era um povo em meio aos fogos do inferno”. Esse é o povo de Gaza agora, Bernie. Era um povo, ou agora é um povo, em meio ao fogo do inferno. E Bernie Sanders está dizendo que isso deve continuar.
Portanto, a pergunta é a seguinte, Bernie: você diz que, por causa do que o Hamas fez em 7 de outubro, eles provaram que não é possível conviver com eles e que precisam ser destruídos. Se esse for o caso, e se eu tiver apresentado o registro histórico com precisão, como estou muito confiante de que fiz, então, se os números forem praticamente os mesmos, e se for indiscutível que Israel quebrou o cessar-fogo, por que você não conclui, com base apenas na Operação Cast Lead, apenas nessa única operação, nesse único “corte de grama”, por que você não conclui que Israel deve ser destruído? Você chegou à conclusão, depois de 7 de outubro, de que o Hamas tinha de ser destruído. Portanto, logicamente, se aproximadamente o mesmo número de pessoas foi morto, então Israel tem que ser destruído.
Mas você vai dizer “não, não, não, não, não”, você vai balançar a cabeça. Eu já conheço cada um de seus gestos faciais. Eu o ouvi em 2016 e 2020 todas as noites, em todos os debates, e o ouvi repetidas vezes. Você vai dizer não, você vai balançar a cabeça, porque o Hamas quer destruir Israel mas Israel não quer destruir Gaza. Você está certo, Bernie. Até 7 de outubro você estava certo. Israel não queria destruir Gaza, só queria deixar os 2,3 milhões de pessoas, metade das quais são crianças, imersas no campo de concentração para definhar e morrer. Você está certo, Bernie, é diferente. O Hamas quer destruir Israel. Mas tudo o que Israel quer fazer, quero dizer, não é realmente um grande problema. Vamos ser realistas. Tudo o que Israel queria fazer era prender 2,3 milhões de pessoas em um campo de concentração e deixá-las lá para morrer. Portanto, essa é, sabe, a sutileza moral de Bernie. Você sabe como os filósofos adoram nuances. Adoram a complexidade. Adoram a delicadeza. O malvado Hamas quer destruir Israel, enquanto Israel só quer prender 2,3 milhões de pessoas em um campo de concentração para o resto da vida.
Se você analisar a Operação Pillar of Defense, o que aconteceu, e não tenho tempo para contar os detalhes agora, foi que, após a Operação Cast Lead, houve um ligeiro relaxamento do bloqueio brutal de Gaza. E isso possibilitou, provavelmente foi apenas um pontinho temporário, foi o que Sara Roy escreveu, a economista de Harvard. E, é claro, eu me submeto ao seu julgamento. Ela é a maior autoridade mundial em economia de Gaza. Ela disse que provavelmente foi apenas um pontinho temporário, mas o fato é que a economia de Gaza mostrou alguns sinais de recuperação. E também começou a entrar dinheiro do Catar. O chefe de estado da Turquia, Erdoğan, estava planejando uma visita a Gaza. E isso irritou muito Israel, porque Gaza não deveria prosperar – relativamente falando, quando falo de prosperidade. Não era para prosperar.
Então, o que Israel fez? O histórico é claro. Assassinou um alto funcionário do Hamas. Acontece que esse alto funcionário do Hamas, chamado Jabari, era o principal contato com o governo israelense. Ele era o responsável por negociar os cessar-fogos com Israel. E no momento em que foi assassinado, ele estava no meio da negociação de um cessar-fogo de longo prazo. Está ouvindo isso, Bernie? Esses líderes malignos, pérfidos e diabólicos do Hamas. Eles eram tão pérfidos que estavam planejando negociar um cessar-fogo de longo prazo com Israel. Então, o que Israel fez? Eles o mataram e, em seguida, iniciaram a Operação Pillar of Defense.
E então, em 2014, chegou a hora de “cortar a grama” novamente. Sem entrar em detalhes, no final, Israel matou – não 1.400 palestinos, como os israelenses que foram mortos em 7 de outubro – mas 2.200 palestinos, dos quais 550 eram crianças. Eles demoliram 18 mil casas. Peter Moore, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, cujo trabalho é visitar zonas de guerra – esse é seu currículo, seu CV, visitar zonas de guerra – depois de visitar Gaza, disse que nunca em sua vida profissional havia visto uma destruição da magnitude da que testemunhou em Gaza.
Mas é o Hamas que precisa ser destruído porque quer destruir Israel. Ele não reconhece Israel. O Hamas é o problema. O Hamas. Não vamos falar sobre destruir o Estado de Israel. Isso é sacrossanto. Não é nem mesmo um conceito concebível. Mas destruir o Hamas, porque eles são malignos, são o mal encarnado, são tão malignos que negociam cessar-fogos, defendem cessar-fogos, tentam restaurar a economia devastada de Gaza, isso é o mal encarnado, destilado e puro.
E então chega o dia 7 de outubro. Já falei muito sobre isso, a ponto de ficar entediado, portanto não vou me repetir nesta resposta a você, Bernie. Mas tenho que dizer, com todo o respeito, que as coisas que você tem dito desde 7 de outubro são realmente doentias. Sei que você está pensando, “bem, eu ouvi algumas das coisas que você disse e acho que elas são doentias”. É justo.
Entretanto, podemos discordar disso, e podemos discordar veementemente, mas quando você diz que se opõe a um cessar-fogo, você cruzou a linha vermelha. Você se tornou um monstro moral. Vou repetir isso. O senhor se tornou um monstro moral. Li ontem seu tweet. Perdoe-me se não entendi corretamente, mas você disse, não eu, que Israel está bombardeando indiscriminadamente hospitais, escolas e matando civis. Você disse isso, e pedirei às pessoas que estão gravando este vídeo que publiquem seu tuíte, no momento em que eu recitar estas observações, que reconheço serem uma paráfrase do que você disse ontem.
Israel's indiscriminate bombing is hitting hospitals, refugee camps, and killing thousands of innocent people. It must stop now. pic.twitter.com/WA2x2Gosti
— Bernie Sanders (@BernieSanders) 4 de novembro de 2023
Agora, quando o senhor se opõe a um cessar-fogo neste momento, o senhor está, de fato, dando carta branca a Israel para continuar a atacar indiscriminadamente a infraestrutura civil e a população civil de Gaza, 1 milhão dos quais, ou 1.100.000 deles, são crianças. O senhor se tornou um monstro moral. E não diga “é claro que eu me oponho a isso”. É claro que você se opõe a isso. E você acha que Israel vai parar de fazer isso porque Bernie Sanders diz para fazer? Você acha que, de repente, agora eles vão parar de atacar hospitais – hospitais, no plural –, você acha que eles vão parar de atacar ambulâncias? Você acha que eles vão parar de atacar residências de civis? As moradias, as casas dessas pessoas, 70% das quais descendentes de pessoas que já perderam suas casas em 1948, agora as perderam novamente. Os 50% que são crianças não têm mais um teto sobre suas cabeças. Os pequenos brinquedos que tinham, as fotos de família que guardavam, tudo agora está sob escombros. E enterradas sob os escombros, ainda há milhares de crianças, e o senhor acabou de dar sinal verde para continuar a destruição de Gaza. Era um povo em meio ao fogo do inferno, e agora é um povo em meio ao fogo do inferno com o selo de aprovação de Bernie Sanders. Que vergonha lamentável.