Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, adiantou nesta terça-feira (10/05) que não participará do encontro da IX Cúpula das Américas, que será realizado entre 6 e 10 de junho na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, caso países do continente sejam excluídos do evento. 

“Se forem excluídos, se nem todos forem convidados, uma representação do governo mexicano, o ministro das Relações Exteriores [Marcelo Ebrard] irá, mas eu não”, explicou o mandatário durante sua conferência de imprensa nesta amanhã. 

A declaração foi feita depois de o governo norte-americano ter anunciado no início do mês que Cuba, Nicarágua e Venezuela não serão convidados para a Cúpula por supostamente desrespeitarem a “Carta Democrática das Américas”.

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Em entrevista à emissora NTN24 na segunda-feira (02/05), o chefe da diplomacia norte-americana para as Américas, Brian Nichols, disse que a decisão é do presidente Joe Biden, “mas acho que ficou muito claro que (…) países que não respeitam a democracia por suas ações não receberão convites”.

Nesta terça, o mandatário mexicano, ao ser indagado se a decisão de não comparecer ao encontro seria uma mensagem de protesto, respondeu que sim. “Não quero que a mesma política continue na América e quero, de fato, fazer valer a independência e a soberania e me manifestar pela fraternidade universal”, disse.  

López Obrador ainda destacou que é preciso reconhecer que existem diferenças e buscar resolvê-las “ouvindo um ao outro, conversando”, pois ninguém tem o direito de excluir nações vizinhas. “Como pode uma cúpula das Américas sem todos os países das Américas?”, questionou

López Obrador declarou que um representante do país irá em seu lugar caso os EUA mantenham a decisão de excluir Cuba, Nicarágua e Venezuela do encontro

Twitter/Reprodução

Presidente do México declarou que um representante do país irá em seu lugar caso os EUA mantenham a decisão de excluir países

O presidente junta-se, assim, à posição de outros países da região que repudiaram a decisão norte-americana. 

No dia 5 de maio, o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Rogelio Mayta, classificou a medida como “conduta antidemocrática”, afirmando que “qualquer tentativa de excluir um país de nosso continente de uma Cúpula das Américas seria uma conduta antidemocrática e arbitrária” e que o evento não seria “tão” das Américas.

Já seu homólogo venezuelano Félix Plasencia disse, ao agradecer o presidente boliviano Luis Arce por sua “retumbante rejeição à possibilidade de tentar excluir unilateralmente alguns países de nossa região da próxima Cúpula das Américas”, que a medida tomada pelos Estados Unidos se trata de “uma clara rejeição à diversidade e ao diálogo construtivo”.

Também na semana anterior, o embaixador de Antígua e Barbuda nos Estados Unidos, Ronald Sanders, revelou que os países da Comunidade do Caribe (Caricom) também consideram se ausentar do evento, se exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua for sustentada. 

Ainda em abril, no dia 25, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, já havia denunciado a exclusão do país caribenho das convocações e preparativos para o encontro.

Em declarações à imprensa, o diplomata afirmou que os Estados Unidos estão “enganando a opinião pública e os governos ao afirmarem que ainda não foi decidido sobre os convites”. 

Da mesma forma, Rodríguez assinalou que o país norte-americano “está exercendo uma pressão extrema sobre numerosos governos da região que, de forma privada e respeitosa, se opõem a esta exclusão”.

* Com TeleSur.