O presidente francês, Emmanuel Macron, disse neste sábado (03/12) que 2023 será um “momento um pouco difícil” da história da França. Em entrevista ao canal TF1, ele declarou que isso se deve à desaceleração da economia mundial, mas a expectativa é que a situação melhore em 2024.
“Tenho consciência de que os tempos são difíceis e que o custo de vida pesa em nosso cotidiano”, disse o chefe de Estado francês, após uma visita oficial de três dias aos Estados Unidos, que terminou nesta sexta-feira (2).
De acordo com ele, a França está entre os países que “melhor enfrenta” esse contexto desfavorável. “Vamos aguentar o choque”, assegurou Macron, que frisou a necessidade de implantar reformas nos setores da Educação, Saúde e Previdência, que tornarão a França, disse, “mais forte.”
O presidente francês lembrou que muitos países vizinhos já entraram em recessão. “Temos tudo para sairmos mais fortalecidos desse momento um pouco difícil da nossa história, e temos provavelmente mais recursos que muitos dos nossos vizinhos. Nós conseguiremos”, disse Macron.
Au terme de ma visite d’État aux États-Unis d’Amérique, je réponds aux questions de TF1 : https://t.co/jndIjtdjfF
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 3, 2022
Falta de eletricidade
O presidente francês também pediu aos franceses “que não entrem em pânico” diante do risco de falta de energia neste inverno. Segundo ele, os cortes de eletricidade “podem ser evitados” se o consumo diminuir em 10%, de acordo com um plano apresentado pelo governo. “Nesse caso é possível que, mesmo com temperaturas baixas em dezembro e janeiro, não haja problema”, insistiu.
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Presidente francês também pediu aos franceses "que não entrem em pânico" diante do risco de falta de energia neste inverno
O governo francês apresentou uma série de medidas para enfrentar eventuais cortes de eletricidade neste inverno, motivados por uma produção historicamente baixa de energia nuclear. “É normal que o governo se prepare para uma situação extrema. Os últimos anos nos mostraram que, às vezes, o que parecia inimaginável pode acontecer”, disse Macron.
“É a responsabilidade do governo se preparar para todo tipo de possibilidade, e garantir que o país não viva o caos.” Os cortes, de duas horas no máximo, serão programados e anunciados na véspera em caso de necessidade. Eles poderão atingir escolas e a rede de transportes, para evitar o bloqueio dos passageiros.
Aposentadoria
Durante a entrevista, o presidente francês também insistiu na adoção da reforma da Previdência, dizendo que o sistema de aposentadoria francês está em perigo e “trabalhar mais tempo” é a única maneira de enfrentar a necessidade de “financiamento massivo”. O chefe de Estado defendeu, durante a campanha presidencial, que a idade mínima para a aposentadoria passe de 62 para 65 anos, mas voltou atrás após a reeleição sugerindo 64 anos, condicionando isso a um aumento do tempo de contribuição.