Organizações sociais e movimentos políticos da Argentina se mobilizaram na última quarta-feira (01/02) na Praça Lavalle, em frente ao Tribunal de Justiça da capital Buenos Aires, com o objetivo de exigir a “democratização do Judiciário”.
Em apoio ao pedido de impeachment contra os membros da Corte Suprema de Justiça e o fim da perseguição político-judicial a lideranças populares, ativistas argentinos se mobilizaram sob as palavras de ordem “Basta de máfia judicial”; “Fim do circo” e “Basta de Lawfare”.
A Federação dos Trabalhadores da Economia Social, um dos sindicatos participantes das manifestações, assegurou que o “campo nacional e popular marchou em defesa da democracia e não vai permitir que quatro juízes mafiosos definam os destinos da nossa Pátria”.
“Se houver proibição [política de Cristina], não há democracia”, destacou a organização, apoiando também a vice-presidente da nação, Cristina Kirchner, que é acusada por suposta envolvimento em um caso de “lawfare” [a utilização de manobras jurídicas em âmbito internacional para alcançar objetivos políticos].
Segundo o portal argentino Pagina12, os ativistas defendem que “não há democracia se os representantes do campo nacional e popular são proscritos”, denunciando que as investigações do atentado contra a vice-presidente em setembro passado “não avançam” – em 1º de setembro de 2022, Cristina sobreviveu a um ataque frustrado de um militante de extrema direita que tentou matá-la com uma pistola cujo gatilho falhou na hora do disparo, salvando a vida da líder política argentina.
Facebook/Federacion de Trabajadores "De la Economía Social" Ltda
Sindicatos e movimentos populares protestaram em frente ao Tribunal de Justiça de Buenos Aires
Por sua vez, o secretário geral da Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma (CTAA), Hugo Godoy, especificou que os manifestantes “estão nas ruas fazendo um grande esforço, a fim de unir as grandes questões do povo argentino e garantir a democracia”.
Por sua vez, um dos juízes da Vara Criminal, Juan María Ramos Padilla, especificou que “este Poder Judiciário é um bordel e ficará para a história como o pior Corte Suprema de Justiça do país, os que mais cometeram crimes e os encobriram”.
Já o secretário-geral da Federação Judicial Argentina (FJA), Matías Fachal, declarou que o atual Tribunal argentino é “elitista e conservador”.
Integrantes da Linha Fundadora das Mães da Praça de Maio, como Nora Cortiñas, também participaram das manifestações, lembrando os 30 mil desaparecidos durante a ditadura argentina. “Esses canalhas, se tivessem vergonha ou dignidade, teriam que renunciar”, disse ao Pagina12.
(*) Com TeleSUR