Os governos da Bolívia e da Venezuela rejeitaram nesta quinta-feira (05/05) a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela pelos Estados Unidos da IX Cúpula das Américas, prevista para acontecer em junho na cidade de Los Angeles.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Rogelio Mayta, classificou a medida como “conduta antidemocrática”, afirmando que “qualquer tentativa de excluir um país de nosso continente de uma Cúpula das Américas seria uma conduta antidemocrática e arbitrária” e que o evento não seria “tão” das Américas.
Já seu homólogo venezuelano Félix Plasencia disse, ao agradecer o presidente boliviano Luis Arce por sua “retumbante rejeição à possibilidade de tentar excluir unilateralmente alguns países de nossa região da próxima Cúpula das Américas”, que a medida tomada pelos Estados Unidos se trata de “uma clara rejeição à diversidade e ao diálogo construtivo”.
Plasencia está em visita oficial à Bolívia até esta sexta-feira e destacou a necessidade de uma visão multilateral e inclusiva dos povos latino-americanos em espaços como este.
Ambos os diplomatas destacaram que em breve serão realizados a III Comissão Mista de Integração, a VI Conferência Latino-Americana de Água e Saneamento 2022 e a II Reunião do Mecanismo de Consultas Consulares e Migratórias, entre outros eventos de caráter integracionista.
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Cuba, Nicarágua e Venezuela ficam de fora do evento que será realizado em julho em Los Angeles
EUA excluem Cuba, Nicarágua e Venezuela
Em entrevista à emissora NTN24 na última segunda-feira (02/05), o chefe da diplomacia norte-americana para as Américas, Brian Nichols, afirmou que os países supostamente não respeitam a Carta Democrática das Américas e que por isso não estariam presentes.
“É uma decisão do presidente [Joe Biden], mas acho que ficou muito claro que (…) países que não respeitam a democracia por suas ações não receberão convites”, acrescentou.
No mesmo dia, o Grupo Puebla e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) emitiram um comunicado convidando o mandatário norte-americano a realizar a Cúpula sem excluir os países em questão.
No mês passado, em 25 de abril, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou a exclusão do país caribenho das convocações e preparativos para o encontro.
Em declarações à imprensa, o diplomata afirmou que os Estados Unidos estão “enganando a opinião pública e os governos ao afirmarem que ainda não foi decidido sobre os convites”.
Rodríguez assinalou que o país norte-americano “está exercendo uma pressão extrema sobre numerosos governos da região que, de forma privada e respeitosa, se opõem a esta exclusão”.