O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que “os democratas do mundo” se juntem à campanha internacional pela libertação da secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia, Luisa Hanune. Em carta divulgada nesta sexta (25/10), Lula criticou a “absurda condenação política por um Tribunal militar”.
Hanune, sentenciada a 15 anos de prisão, está presa desde o dia 9 de maio após ser condenada por suposto “atentado contra o Estado”. O motivo utilizado para a acusação foi um encontro que Hanune teve no dia 27 de março com Said Bouteflika, então conselheiro do ex-presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, durante as massivas manifestações que tomaram o país e exigiram a saída do então mandatário.
O ex-presidente também apontou “atropelo ao direito e à democracia”, além dos “processos judiciais manipulados para aprisionar, sem provas, lideranças do povo”.
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Felipe Gonçalves – 247 / Reprodução
Lula fez carta pedindo campanha pela libertação da militante argelina Luisa Hanune
Prisão
Segundo o Partido dos Trabalhadores da Argélia, Hanune se reuniu com Said Bouteflika para expor suas opiniões sobre a resposta que o governo deveria dar às grandes manifestações populares de então. “O PT lembra o que disse sua secretária-geral naquele encontro: renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika, [que havia governado o país por 20 anos] renúncia do governo, dissolução das duas câmaras do Parlamento e dar palavra ao povo para eleger uma Assembleia Nacional Constituinte”, disse o partido em nota.
Para o PT argelino, “Hanune foi condenada para dar o exemplo, para aterrorizar e tentar calar todas as vozes que se opõem ao poder de fato”. Após a saída de Boutleflika, Abdelkader Bensalah, ex-presidente do Conselho da Nação, assumiu a presidência de forma interina e com a promessa de convocar eleições.
Entretanto, os membros do governo transitório autodenominado “Conselho Constitucional” foram em sua maioria funcionários da gestão de Bouteflika e, segundo o Partido dos Trabalhadores da Argélia, estariam tentando impedir o surgimento de novas lideranças como Hanune.
Leia a íntegra da carta:
(*) Com Brasil 247