Chelsea Manning, julgada e condenada como Bradley Manning por ter fornecido dados secretos do Exército dos EUA ao site Wikileaks, abriu uma solicitação formal em uma corte do estado norte-americano do Kansas para mudar oficialmente de nome. O anúncio foi feito pela organização Private Manning Support Network (Rede de Apoio ao Soldado Manning) nesta quinta-feira (20/03).
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O tribunal do distrito de Leavenworth marcou uma audiência para analisar a petição de Manning, apresentada em 27 de janeiro e publicada em 1º de março, para o dia 23 de abril, segundo a agência de notícias Associated Press. Se a sessão for bem-sucedida, ela mudará seu nome de Bradley Edward Manning para Chelsea Elizabeth Manning.
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A organização que fez o anúncio sobre a petição também informou que trocará seu nome para Chelsea Manning Support Network (Rede de Apoio a Chelsea Manning).
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Chelsea Manning, anteriormente conhecida como Bradley, vive como mulher na prisão onde cumpre uma sentença de 35 anos
À época de sua condenação, no último ano, Manning anunciou que, porque se sentia uma mulher, gostaria de ser conhecida como Chelsea. Ela foi diagnosticada por ao menos dois especialistas do Exército em saúde comportamental como portadora de transtorno de identidade de gênero.
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Entretanto, autoridades do Forte Leavenworth, onde ela está atualmente cumprindo uma sentença de prisão de 35 anos, disseram que a soldado teria que obter uma troca legal de nome antes de poder ser chamada de Chelsea Manning.
Além da mudança de nome, Manning também pediu para receber terapia de reposição hormonal. Chelsea vive como mulher na prisão. Ela e seu advogado, David Coombs, afirmaram que irão ao tribunal para conseguir os hormônios, se for necessário.
As prisões federais civis dos Estados Unidos são obrigadas a fornecer o tratamento hormonal, se for considerado clinicamente necessário, para os presos com diagnóstico de desordem de gênero. Esses presídios também permitem que prisioneiros que acreditem terem nascido com o gênero errado se vistam e vivam de acordo com seus planos individuais de tratamento.
Nas prisões militares, no entanto, a situação não é a mesma. O Exército afirma que não fornece tratamento para transtorno de gênero porque a política do Pentágono não permite que soldados transgêneros sirvam às Forças Armadas. Apesar disso, Manning não pode ser dispensada até que saia da cadeia e esgote os recursos de suas condenações criminais.
Sentenciada a 35 anos de prisão em agosto do ano passado, Manning foi considerada inocente da acusação de “ajuda ao inimigo”, mas culpada de roubo e violação da Lei de Espionagem por vazar cerca de 700 mil documentos secretos dos EUA para o Wikileaks.