O governo sul-coreano enviou, nesta terça-feira (12/03), avisos prévios aos médicos que “violaram a ordem de regresso ao trabalho” em meio à greve da categoria, promovida em oposição ao aumento no número de admissões de alunos nas faculdades de medicina.
Durante uma coletiva de imprensa, o vice-ministro da Saúde e do Bem-Estar da Coreia do Sul, Jeon Byung Wang, confirmou que até a última sexta-feira (08/03), 4.944 pessoas haviam sido notificadas pela pasta.
De acordo com o último boletim emitido pelo governo sul-coreano, divulgado na mesma sexta-feira, de um total de 12.912 médicos de 100 hospitais de ensino, 11.994 (equivalente a 92,9%) haviam abandonado seus contratos ou deixado seus postos de trabalho, optando pela continuidade dos protestos mesmo após o presidente Yoon Suk Yeol ter alertado sobre a suspensão de licenças.
Além disso, nos últimos 10 dias, outros 5.446 estudantes de medicina solicitaram licença, o que representa 29% do total de alunos contemplados em instituições do curso no país.
Nesse sentido, Jeon também anunciou que “o governo está pedindo prontamente uma investigação sobre quaisquer violações da lei, assim como atos que incentivem a ação coletiva e a pressão sobre os médicos para que não retornem à área médica” e garantiu que o governo responderá “de acordo com a lei e os princípios”.
Esse apontamento seguiu após uma declaração dada pelo ministro da Saúde e Assuntos Sociais, Cho Kyoo Hong, no domingo (10/03), repudiando a conduta de profissionais que supostamente “forçam” seus colegas a aderirem à greve:
“É absolutamente inaceitável atacar aqueles que trabalham dia e noite no hospital e forçá-los a participar dessa ação coletiva”, lamentou.
O governo estabeleceu como prazo o dia 25 deste mês para que os médicos sul-coreanos possam responder se voltarão, ou não, aos seus postos. Mesmo após uma série de ameaças sobre a suspensão de licenças, as autoridades sul-coreanas cederam à crise hospitalar no país e garantiram perdoar aqueles que decidirem retornar ao trabalho antes da conclusão dos procedimentos administrativos de demissão.
Inclusive, nesta terça-feira, mais de 150 médicos militares e responsáveis da saúde pública foram mobilizados em uma tentativa de evitar a paralisação de operações e procedimentos de saúde urgentes. Um cenário que preocupa o governo sul-coreano há quase três semanas.