Em mais um dia com episódios de violência entre israelenses e palestinos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou em um discurso no Parlamento nesta terça-feira (13/10) que vai considerar o Hamas e a Autoridade Palestina responsáveis caso a situação piore. Netanyahu disse ainda que o governo irá utilizar “todos os meios” para restabelecer a calma aos cidadãos israelenses.
“Israel acertará contas com os assassinos. Não só revogaremos seus direitos, mas os faremos pagar o preço exato”, disse o premiê.
EFE
“Não transforme os assassinos em heróis”, disse Netanyahu; para ele, Autoridade Palestina e Hamas incentivam ataques de palestinos
Por sua vez, o secretário-geral da OLP (Organização pela Libertação da Palestina), Saeb Erekat, responsabilizou o governo de Israel pelo “círculo de violência e derramamento de sangue” e afirmou que os palestinos “têm direito de se defender”. Segundo Erekat, as ações militares não resolverão o problema político na região. “A paz e a segurança nunca se materializarão sem que a ocupação [dos territórios palestinos] acabe”, disse.
Nesta terça-feira, dois israelenses morreram após ataques com facas e armas de fogo em Jerusalém e Ra’anana, em Israel. Em Belém, na Cisjordânia, um palestino morreu durante enfrentamentos com a polícia israelense.
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Segundo o Crescente Vermelho, 130 palestinos ficaram feridos hoje na Cisjordânia após ofensivas das forças de segurança de Israel.
O Hamas declarou apoio aos ataques que aconteceram hoje contra israelenses e pediu que os atos violentos prossigam. “O Hamas abençoa os heroicos ataques ocorridos nesta manhã na Palestina ocupada”, anunciou o grupo por meio de alto-falantes em mesquitas na Faixa de Gaza. Na última sexta-feira, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, convocou uma intifada, nome dado à revolta popular de palestinos.
EFE
Um dos enfrentamentos ocorreu ao norte da Faixa de Gaza, próximo a Erez (Israel); o acesso entre Gaza e Erez foi fechado hoje
Diversas manifestações aconteceram hoje em Gaza, Jerusalém e Cisjordânia, em protesto contra o aumento de visitas de judeus à Esplanada das Mesquitas, situada em Jerusalém Oriental e sagrada para muçulmanos e judeus. Parte dos árabes de Israel está em greve pelo mesmo motivo.
O governo israelense sofre pressões para restringir o acesso de árabes em Jerusalém. Nir Barkat, prefeito de Jerusalém, exigiu que Netanyahu feche o acesso à Esplanada de Mesquitas e a bairros árabes da cidade. O ministro da Educação, Naftali Bennet, defendeu a instauração de um toque de recolher em bairros árabes. Medidas semelhantes foram demandadas pelo líder da oposição, Isaac Herzog.