Enquanto Lula encerrava a sua passagem pela China em um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na última sexta-feira (14/04), um encontro em São Paulo se preparava para receber representantes da cidade Shenzhen e do distrito de Yantian. O evento foi uma promoção para discutir possibilidades de negócios nos setores de comércio e tecnologia.

A Conferência de Cooperação Econômica e Comercial China-Brasil caracterizou Shenzhen como um “portão internacional da China” e “uma das economias mais dinâmicas do mundo”, destacando também que a cidade era uma vila de pescadores e se transformou numa metrópole internacional em apenas 40 anos.

Já Yantian foi apontado como parte crucial destas definições – conectado ao mar e à terra de Hong Kong, o distrito possui um valor total de produção de 82,1 bilhões de yuan em 2022.

As apresentações da cidade e do distrito foi realizada a empresários e funcionários de prefeituras do Estado de São Paulo, ocorrendo em um momento crucial do fortalecimento dos laços diplomáticos e comerciais entre o Brasil e a China.

Presente no evento, cônsul adjunto do Consulado da China em São Paulo, Tian Yuzhen, transparece esse momento em seu discurso: “os dois países criaram uma relação baseada no respeito mútuo”, afirmou. Ele ainda completou a fala apontando que “em diversos setores, é cada vez mais perceptível a complementaridade das economias chinesa e brasileira”. 

Além de Yuzhen, também estavam presentes o vice-prefeito de Shenzhen, Chen Qing; vice-diretor do Departamento de Indústria e Tecnologia da Informação de Yantian, Chen Wenqing; e Thiago Nogueira, assessor especial da Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo. 

Por sua vez, Chen Qing, de Shenzhen, apresentou comparações diretas entre sua cidade e a capital paulista: “ambas possuem ambientes empresariais excepcionais, mercados ativos e culturas abertas e inclusivas. Possuem frequentes trocas econômicas e comerciais, juntamente com trocas culturais próximas. Ambas estabeleceram uma base robusta para a cooperação”.

Para ressaltar a importância das relações entre o Estado de São Paulo e as províncias chinesas, Thiago Nogueira afirmou que as “relações com a China não começaram ontem, já duram há certo tempo”.

Abordando possibilidades de concessões, que seriam cedidas pelo governo de Tarcísio de Freitas, Nogueira citou que haveriam oportunidades dentro de licitações do Trem Intercidades de São Paulo até Campinas, que tem um prazo de execução total de sete anos.

O vice-diretor do Departamento de Indústria e Tecnologia da Informação de Yantian, Chen Wenqing, apresentou um plano que foi traçado para o desenvolvimento do distrito. Trata-se do sistema “5+3+1”, feito para “acelerar o desenvolvimento de cinco indústrias emergentes e estratégicas, incluindo criatividade digital, economia marinha, equipamentos médicos de alta tecnologia e saúde, além de biologia sintética, células e genes e indústrias profundas do mar”. 

Também afirmou que essa política integrada em Yantian “criará um ambiente empresarial de alta qualidade e facilitará ainda mais o comércio e a cooperação econômica entre a China e o Brasil”.

Acordo entre Brasil e China

O encontro entre Lula e Xi, em Pequim, também se efetivou em acordos bilaterais: 15 pontos comerciais e de parceria com o país asiático, incluindo cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.  

Brasil e China ainda firmaram um memorando de entendimento relacionado à cooperação para o desenvolvimento social e rural.