Diversos movimentos indígenas de várias regiões do Equador iniciaram na noite deste domingo (06/10) uma marcha até Quito, capital do país, em protesto contra o governo do presidente Lenín Moreno, após o anúncio do aumento no preço dos combustíveis.
O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, afirmou que a comunidade indígena rechaça os abusos cometidos pelas forças de seguranças e exige a liberdade dos que foram presos durante os últimos protestos. “Exigimos a liberdade imediata dos 350 detidos arbitrariamente por exercer o direitos constitucional da resistência”, disse.
Os movimentos indígenas estimam chegar a Quito já nesta terça-feira (08/10) para participar da greve nacional convocada para o próximo dia 9 de outubro. As manifestações foram desencadeadas pelo aumento no preço do diesel e da gasolina.
Além disso, Vargas afirmou que interromperam “totalmente o diálogo com o governo, não há diálogo até chegarmos à capital”. “Não estamos aqui para negociar por trás das costas do povo. O povo se levantou e é isso que vamos respeitar”, disse.
CONAIE/Reprodução
Movimentos estimam chegar a Quito já nesta terça-feira para participar da greve nacional convocada para o dia 9 de outubro
Protestos e estado de exceção
Os sindicatos de trabalhadores e o movimento indígena do Equador, junto a outros grupos da sociedade civil organizada, convocaram neste sábado (05/10) uma greve a nível nacional para o próximo dia 9 de outubro e anunciaram um estado de mobilização permanente até que o presidente do país, Lenín Moreno, desista do pacote de arrocho econômico anunciado nesta semana.
As manifestações no Equador começaram logo após o presidente anunciar o fim dos subsídios nos combustíveis, devido ao acordo de US$ 4,2 bilhões firmado em fevereiro com o FMI, que prevê reformas tributárias, trabalhistas e monetárias no país.
As manifestações levaram Moreno a decretar um estado de exceção em todo o país, por 60 dias. Pelo menos 379 pessoas foram presas desde a noite da última quinta (03/10) – dentre os quais, vários líderes dos sindicatos de transporte.
Segundo a polícia equatoriana, já foram presas mais de 470 pessoas, incluindo líderes de movimentos populares e dirigentes sindicais.
*Com teleSUR