O político brasileiro e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores José Genoino comentou nesta quinta-feira (05/10) a execução de três médicos no Rio de Janeiro, entre eles o irmão da deputada Sâmia Bomfim do PSOL (SP), Diego Ralf Bomfim, de 35 anos.
Para Genoíno, esse episódio mostra a necessidade de que o governo Lula crie um Ministério da Segurança Pública, para não ser mais aceita a “autonomia das organizações criminosas”.
“Nós, que enfrentamos esse braço armado dessas organizações criminosas, eles sempre atuam com alvos os militantes de esquerda. A Sâmia teve um papel destacado, inclusive ganhou um prêmio pelo desempenho na CPI do MST, é uma deputada brilhante. E isso tem que ser investigado”, disse o ex-deputado federal durante o programa 20 MINUTOS de Opera Mundi.
O ataque a tiros ocorreu em um quiosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quinta-feira. O irmão da parlamentar e outros três médicos estavam no local após um Congresso Internacional de Ortopedia quando indivíduos armados desembarcaram de um veículo e atiraram contra eles.
Além de Diego Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida também não resistiram aos ferimentos. O quarto, Daniel Sonnewend Proença, está hospitalizado.
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Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada Sâmia Bomfim, foi uma das vítimas do ataque desta madrugada no Rio de Janeiro
Genoino comentou que esse caso será um “desafio” ao governo Lula para conseguir dar uma “resposta à questão” da Segurança Pública no país: “tem que ter instrumento de investigação e fortes. […] Não adianta só colocar dinheiro e arma na mão de governadores e dessa PM, [por conta] do jeito que ela atua, e a cumplicidade com certas áreas do crime organizado. Portanto, é um desafio grande do governo Lula de investigar e colocar na cadeia esses criminosos”, disse.
Nesse sentido, Genoino ainda comentou que o Rio de Janeiro está se colocando “como um dos palcos das experiências dramáticas que acontecem no mundo”, recordando ainda o caso de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018, mas que ainda o caso não foi solucionado. A fala do ex-deputado federal remete aos casos de assassinatos de políticos e lideranças sociais, como no Equador, Colômbia e El Salvador.
O presidente Lula garantiu que a Polícia Federal, sob determinação do ministro da Justiça, Flávio Dino, está acompanhando a execução dos mandatário, afirmando a ordem que deu à PF de acompanhar as investigações sobre o assassinato.