O assassinato dos médicos Diego Bomfim, Marcos Corsato e Perseu Almeida, nesta quinta-feira (05/10), foi notícia em alguns meios internacionais, que destacaram o parentesco de uma das vítimas com a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), apontado para a possibilidade de uma motivação política do crime.
O diário The Guardian foi o mais incisivo em sua abordagem, ao afirmar já no título que “três médicos são mortos a tiro no Brasil em ataque suspeito de motivação política”.
A matéria do periódico londrino enfatizou o fato de que Diego Bomfim era irmão de Sâmia Bomfim, e em seguida lembro que a parlamentar é do mesmo partido da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, e acrescentou que “cinco anos depois (do crime de Marielle), em julho passado, o ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino disse que aquele assassinato está ligado a grupos paramilitares que controlam vastas áreas da cidade do Rio de Janeiro”.
As vítimas foram atacadas durante a madrugada em um quiosque na orla da praia, na região da Barra da Tijuca. Testemunhas asseguram que os autores do crime não deram voz de assalto, já chegaram atirando, contra os quatro médicos que estavam sentados à uma mesa – um quarto alvo do ataque, Daniel Proença, continua vivo, porém internado em estado grave. Vídeos de câmeras de segurança corroboram essa versão.
Entre os demais meios estrangeiros que noticiaram a execução, a agência russa RT chegou incluir um vídeo das câmeras de segurança que mostra o momento do ataque aos médicos. O texto conta que “as vítimas eram de São Paulo e viajaram à cidade carioca para assistir a um congresso médico internacional”, além de informar que as imagens das câmeras indicarem que houve ao menos 20 disparos durante a ação.
A agência de notícias Reuters, noticiou o fato destacando uma declaração do ministro da Justiça, Flávio Dino, dizendo que “diante da hipótese de a execução estar ligada à atividade política de dois deputados federais, determinei que a Polícia Federal acompanhe as investigações”.
Arquivo pessoal
Diego Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, foi uma das vítimas do ataque armado
A matéria da Reuters traz um perfil resumido de Sâmia Bomfim e acrescenta o fato de que ela havia recebido ameaças de morte recentemente. Também recordou que a deputada é do mesmo partido de Marielle Franco, vereadora que foi assassinada em março de 2018.
Dois meios argentinos também repercutiram o ataque. A agência estatal Télam acrescentou em sua nota o fato de que Sâmia havia sido ameaçada de morte meses atrás devido a que “ela e seu marido, o também ser deputado federal Glauber Braga, são famosos por seus discursos contra as milícias do Rio de Janeiro, grupos paramilitares de ultradireita que disputam negócios com organizações do narcotráfico”.
Já o portal Infobae deu destaque à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e no fato de o mandatário, ao condenar o episódio, “confirmar de que as autoridades brasileiras não têm dúvidas de que o caso se tratou de uma execução, ainda que as motivações estejam senda investigadas”.
O jornal peruano El Comércio deu ênfase ao fato de que o crime aconteceu em “um dos bairros de classe alta, na cidade turística mais importante do Brasil”.