Domingo, 13 de julho de 2025
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A senadora María Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno Salvador Allende (1970-1973), foi a autora do discurso mais emotivo durante o ato de rememoração dos 50 anos do golpe de estado de 11 de setembro de 1973, nesta segunda-feira (11/09).

A parlamentar que esteve presente durante o bombardeio do Palácio de La Moneda há cinco décadas, ao lado de seu pai, iniciou sua mensagem enfatizando “em nome da família Allende” um momento para recuperar a “memória daquele dia frio e cinza”, assim como a necessária homenagem aos pouco mais de 40 homens e mulheres que “estiveram ao lado do meu pai enquanto as bombas caíam sobre o Palácio, e se mantiveram ao lado do presidente Allende até o final”.

“Fizeram um trabalho que foi muito além das suas responsabilidades, continuaram conosco mesmo depois do presidente Allende ter ordenado que fugissem para salvar suas vidas. A maioria dessas pessoas terminou tendo o mesmo final digno do meu pai: morreram defendendo a democracia no Chile”, recordou a atual senadora.

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Vale a pena diferenciar a senadora María Isabel Allende, militante do Partido Socialista, da renomada escritora Isabel Allende, sobrinha do ex-presidente chileno e prima da parlamentar e representante da província de Valparaíso.

Em outro momento importante de seu discurso, María Isabel ressaltou que “a experiência da Unidade Popular foi uma das grandes conquistas da história do Chile e é símbolo no mundo inteiro de justiça social, pluralidade e defesa dos direitos dos mais pobres através da via democrática”.

“O Chile de Salvador Allende foi um sonho interrompido, mas inspirou projetos por um mundo mais justo em todos os continentes. E por isso nós podemos ver o seu nome em várias ruas e monumentos no Chile e fora dele”, acrescentou.

Em seu discurso durante ato de recordação dos 50 anos do golpe, senadora María Isabel Allende agradeceu os 40 homens e mulheres que se 'mantiveram ao lado de Allende até o final’

Twitter / Isabel Allende

Senadora María Isabel Allende foi autora do discurso mais emotivo durante o ato de rememoração dos 50 anos do golpe

O ato em rememoração dos 50 anos do golpe também contou com a presença do presidente Gabriel Boric, dos ex-presidentes Ricardo Lagos (2000-2006), Michelle Bachelet (2006-2010, 2013-2017), de mandatários estrangeiros como Andrés Manuel López Obrador (México), Gustavo Petro (Colômbia), Luis Arce (Bolívia) e Luis Lacalle Pou (Uruguai), e diversas figuras importantes, como o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, a líder das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, e o juiz espanhol Baltasar Garzón (primeiro a processar o ditador chileno Augusto Pinochet, líder do golpe de 1973).

Em nome do Brasil e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiveram presentes os ministros Flávio Dino (Justiça) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Opera Mundi tem uma série especial com relatos de brasileiros que viveram o fim do governo Allende e início da ditadura Pinochet, episódio que completa 50 anos em 11 de setembro de 2023. 

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