Durante a reunião de chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada nesta terça-feira (16/04) por videoconferência, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu o apoio dos seus homólogos à proposta de que o organismo seja parte acusatória da denúncia que o país apresentará contra o Equador à Corte Internacional de Justiça (CIJ).
A demanda que o México prepara diz respeito à invasão da sua Embaixada em Quito por parte da Polícia Nacional do Equador, no último dia 6 de abril.
Aquela ação, realizada por ordem do presidente de extrema direita Daniel Noboa, teve como objetivo capturar o ex-vice-presidente do país sul-americano, Jorge Glas, que se encontrava em asilo político na sede diplomática.
Segundo López Obrador, seu país pedirá à CIJ que exija do Equador desculpas públicas ao Estado mexicano, e que determine a expulsão de Quito da Organização das Nações Unidas (ONU) caso seu presidente não o faça, já que a ação da polícia equatoriana violou a Convenção de Viena, um dos tratados mais importantes no meio das relações internacionais, já que trata da inviolabilidade das sedes diplomáticas.
Além do pedido de desculpas, o México exige que o Equador apresente garantias de não repetição da ação realizada no dia 6 de abril, que foi descrita pelo presidente do país norte-americano como uma “canalhice”.
“Este caso é muito importante porque ele pode significar um precedente muito perigoso para o sistema internacional como conhecemos. A CIJ e a ONU não podem permitir que acontecimentos como este se repitam, por isso a punição para esta violação precisa ser exemplificadora”, declarou Obrador, ao defender sua postura.
Vale lembrar que a Corte Internacional é um órgão pertencente à ONU, razão pela qual o governo mexicano considera adequado cogitar um pedido de expulsão do Equador a essa instância.
A demanda do México também incluirá um pedido para avaliação do caso de Jorge Glas, considerando que, um dia antes da invasão da Embaixada, o governo de López Obrador havia concedido asilo político ao ex-vice-presidente equatoriano, razão pela qual reivindica a possibilidade de que a CIJ obrigue Quito a permitir que o político viaje à Cidade do México para desfrutar desse benefício.
A reunião da CELAC foi encabeçada pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, uma vez que seu país exerce a presidência pro tempore, do organismo regional.
Na abertura do evento, a mandatária hondurenha iniciou a série de críticas à ação executada pela polícia equatoriana.
Xiomara também manifestou preocupação sobre o atual estado de saúde do ex-vice-presidente Jorge Glas, razão pela qual anunciou a conformação de uma comissão especial de países membros para verificar se a assistência médica que está sendo dedicada ao político está sendo adequada.