Uma coalizão de grupos muçulmanos lançou uma campanha online para arrecadar fundos com o objetivo de ajudar na reconstrução de igrejas frequentadas predominantemente por negros que foram queimadas e destruídas após o massacre em Charleston, no mês passado, reportou a Al Jazeera America nesta quarta-feira (08/07).
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Reprodução/Respond with Love
Segundo a campanha, nos últimos 50 anos houve quase 100 ataques violentos contra igrejas frequentadas por negros nos EUA
Em meados de junho, nove pessoas foram mortas a tiros por Dylann Roof, um jovem branco que dizia que os negros estavam “se apoderando” dos EUA, em uma igreja metodista historicamente frequentada pela comunidade negra da cidade de Charleston. Desde então, estima-se que ao menos outros seis locais de culto do gênero tenham sido alvos de ataques racistas na região sul dos Estados Unidos.
Em resposta a esses crimes de ódio, a coalizão — formada pelo Coletivo Muçulmano Anti-Racista, a Associação Árabe-Americana de Nova York e a startup Ummah Wide — conseguiu, até agora, arrecadar cerca de US$ 32.000 em cinco dias e já conta com 785 colaboradores. Quando a campanha terminar, em 18 de julho, o dinheiro será encaminhado a pastores das igrejas queimadas.
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“A comunidade muçulmana norte-americana não pode afirmar ter experimentado nada próximo ao sistemático e institucionalizado racismo e violência racista que atingem afro-americanos”, diz o imã Zaid Shakir, um dos organizadores, no site da campanha.
Para Shakir, contudo, os muçulmanos podem entender “o clima de ódio racial e de intolerância que reacendeu” nos EUA e, portanto, devem expressar solidariedade aos afro-americanos.
“É Ramadã e nós estamos experimentando a beleza e a santidade de nossas mesquitas durante este mês sagrado. Todas as casas de culto são santuários, um local onde todos devem se sentir seguros”, acrescenta.