O ministro do Trabalho da Sérvia, Aleksandar Vulin, declarou nesta terça-feira (15/09) que o país “não é um campo de concentração” para o resto da Europa. A declaração vem após o governo húngaro anunciar que os refugiados cujas solicitações de asilo fossem rejeitadas na fronteira seriam “devolvidos” ao território sérvio. Segundo Vulin, os refugiados “não são criminosos” e não podem ser enviados ao seu país contra a vontade deles
Agência Efe
O ministro do Trabalho da Sérvia criticou as medidas da vizinha Hungria de fechar a fronteira com o país, que não é membro da UE
“Essas pessoas não querem permanecer na Sérvia. Elas querem viajar para a Europa ou outro lugar que desejam. Não somos um campo de concentração e não esperamos que alguém nos considere como um campo de concentração”, afirmou o ministro. “Ontem, diziam que fechariam a fronteira para as passagens ilegais, mas não para aqueles que querem expressar a intenção de pedir asilo”.
A declaração de Vulin seguiu a medida de Budapeste de fechar suas fronteiras e inaugurar uma cerca de 175 quilômetros na fronteira. Além disso, uma nova lei restritiva entrou em vigor nesta terça no país vizinho, que considera crime a entrada de refugiados no território húngaro, com penas de até três anos de prisão. Ao menos 60 pessoas já foram presas nas últimas horas.
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Para o ministro sérvio, “é difícil acreditar” que haja cercas, arape farpado e “crianças sendo tratadas sem nenhum dignidade humana” na Europa do século 21. Na última sexta-feira, Orbán declarou que as autoridades húngaras “não podem perdoar entradas clandestinas no país”.
A Sérvia não faz parte da União Europeia e é um dos países da chamada rota balcânica, trajeto comum dos refugiados no continente. A Hungria é tida como uma das portas de entrada para países mais ricos do bloco.
Ainda nesta terça-feira, Budapeste anunciou que irá construir uma cerca na fronteira com a Romênia, que tem mais de 440 km de extensão. Ao contrário de Belgrado, a Romênia faz parte da União Europeia.
Agência Efe
Ao menos 60 refugiados já foram presos na Hungria com a nova lei que criminaliza a entrada de pessoas sem documentação