Atualizada às 15h47
O Exército israelense bombardeou, nesta terça-feira (22/07), uma escola da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), onde cerca de mil pessoas se protegiam dos ataques realizados por Israel contra a Faixa de Gaza. Não houve vítimas porque o diretor havia ordenado a retirada das pessoas do local devido à falta de segurança, como informou a agência Efe.
O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha confirmou hoje a morte de sete cidadãos alemães em Gaza. Segundo fontes de saúde palestinas, o número total de pessoas mortas já supera os 600 em Gaza, após 15 dias do lançamento da Operação Margem Protetora, ofensiva que se intensificou depois que Israel decidiu invadir por terra o território palestino.
Leia também: Bombardeio interrompe entrevista da Médicos Sem Fronteiras a Opera; ouça a explosão
Agência Efe
Protesto reslizado em Ramala, na Cisjordânia simula caixões das vítimas palestinas no confronto
Apesar do apelo da comunidade internacional por um cessar-fogo entre as partes, os bombardeios seguem hoje. Após o ataque de um foguete perto do aeroporto internacional de Ben-Gurion em Israel, grandes companhias aéreas internacionais como as norte-americanas Delta, American Airlines, US Airways e United Airlines; a francesa Air France e a alemã Lufthansa anunciaram a suspensão imediata de todos os voos para Tel Aviv.
Um voo da Delta, proveniente de Nova York que sobrevoava o Mediterrâneo foi desviado para Paris.
Delta Air Lines DL 468 from New York to Tel Aviv diverts to Paris after Delta decided to cancel all Tel Aviv flights pic.twitter.com/9pehQU0Iup
— Flightradar24 (@flightradar24) 22 julho 2014
Ataque a civis
Além das mais de 600 vítimas fatais, a quantidade de feridos está em torno de 4 mil. De acordo com um informe da ONU divulgado hoje, 80% das vítimas em Gaza são civis e pelo menos 121, crianças. Do lado israelense, foram 27 baixas de soldados. Mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, segundo informações da organização internacional.
Leia também: Hamas só negociará cessar-fogo após fim de bloqueio israelense e libertação de presos
Contrariando o direito internacional, o Exército israelense bombardeou dezenas de edifícios civis, além de várias mesquitas. Ontem, agências internacionais relataram o bombardeio de um hospital matando pelo menos quatro pessoas. “Literalmente não há um espaço que seja seguro para os civis”, disse o porta-voz de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke.
NULL
NULL
O porta-voz da UNRWA na região, Chris Gunness, informou que a entidade mantém 69 albergues-escola. Além das escolas do organismo, os habitantes de Gaza não têm para onde ir já que o Egito mantém fechada a única fronteira que comunica a região com o mundo. “Estamos sendo testemunhas de uma enorme e acelerada onda de refugiados devido à ofensiva terrestre israelense. É da máxima importância que as duas partes no conflito cumpram de forma escrupulosa suas obrigações a respeito do direito internacional humanitário”, disse à Efe.
Leia também: Milhares saem às ruas em todo o mundo em protesto contra o ataque de Israel a Gaza
Para fugir dessa situação,palestinos que possuem cidadania europeia e cidadãos europeus estão deixando Gaza. O Haaretz informou hoje que sete cidadãos alemães de uma mesma família morreram após o ataque a um prédio civil.
Os Kilanis viviam no noroeste de Gaza, mas se mudaram para a região central após os ataques israelenses. O Ministério de Relações Exteriores alemão confirmou a morte de Ibrahim Kilani, sua mulher Taghrid e seus cinco filhos. “Temos que assumir que esta família está entre os mortos”, disse um porta-voz do ministério nesta terça em Berlim.
7 members of Kilany family were killed by Israeli airstrike hit Salam building in #Gaza city, all of them hold German nationally. #Germany
— Hazem Balousha (@iHaZeMi) 21 julho 2014
Na última semana, o governo alemão incentivou seus cidadãos a deixarem a região, mas 60 ainda permanecem na Faixa de Gaza.
Soldado “sequestrado”
No domingo (20/07), o braço armado do Hamas, Ezedin al-Qassam, anunciou o sequestro de um soldado israelense. Hoje, o Exército da Israel disse acreditar que o soldado desaparecido está morto e que o movimento Hamas estaria com sua placa de identificação, assim como seu corpo, segundo informações da agência Efe.
Leia também: Ministro israelense propõe boicote a empresas árabes e é criticado por políticos e imprensa
O Exército confirmou hoje seu status como “desaparecido” mas não o dá oficialmente como “morto” — nem a família — porque não há uma prova conclusiva nesse sentido, segundo o exige o protocolo militar, como disseram fontes militares mencionadas pela agência.