Após solicitação do presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, o parlamento aprovou nesta quinta-feira (15/05) a prorrogação por mais seis meses do estado de emergência no nordeste do país – principal zona de ação do grupo radical islâmico Boko Haram.
Efe
Ativistas participam de manifestação contra o sequestro das quase 20 alunas nigerianas pelo grupo islamista Boko Haram
Trata-se da terceira declaração de emergência consecutiva na região, que compreende os estados de Adamawa, Yobe e Borno. Imposta pela primeira vez em maio de 2013 e renovada em novembro, tal medida foi reforçada com a escalada de violência no país, que chamou atenção da comunidade internacional com o sequestro de mais de 200 meninas no último mês.
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Apesar das declarações de estado de emergência, os ataques aumentaram durante os últimos meses. Segundo a Anistia Internacional, nos três primeiros meses deste ano morreram 1.500 civis em consequência dos mesmos, por isso que alguns setores questionam a eficácia desta medida.
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A presença dos Estados Unidos
Em uma audiência no Senado norte-americano sobre a atual situação no país africano, os EUA declararam hoje que não classificaram o Boko Haram como organização terrorista até novembro passado porque o governo nigeriano era “reticente” a fazer isso.
Representante do escritório para Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano, Robert Jackson explicou que o Boko Haram “cumpria com todos os requisitos” para ser designado como terrorista, mas o governo da Nigéria temia que a designação pudesse ser “contraproducente” ao considerar que “atrairia mais atenção” para a organização.
Além disso, o senador democrata Robert Menéndez criticou durante a audiência a “trágica e inaceitavelmente lenta resposta” do governo do presidente Goodluck Jonathan pela crise do sequestro das meninas.