Um grupo de homens armados realizou uma tentativa de invasão ao Palácio Nacional do Haiti, sede do Poder Executivo do país caribenho, em ação que teve início na noite desta segunda-feira (01/04), mas que terminou sendo controlada pela Polícia haitiana durante a tarde desta terça-feira (02/04).
Segundo informações da pela imprensa local, a iniciativa foi promovida pelo recém criada frente Vivre Ensemble (“viver em conjunto”, em francês), que reúne diversos grupos armados que atuam no país.
O principal movimento que compõe a aliança são as Forças Revolucionárias da Família G9 e Aliados (FRG9), lideradas pelo ex-policial Jimmy Chérizier, mais conhecido pelo codinome “Babekyou” – o apelido brinca com a forma como os haitianos pronunciam “barbecue”, palavra que em francês significa “churrasco” – que vinha realizando ataques a prédios públicos desde fevereiro, e também foi responsável por alimentar a onda de violência que levou à renúncia do agora ex-premiê Ariel Henry.
Os jornais haitianos afirmam que não há vítimas fatais até o momento, embora tenham sido registrados dezenas de casos de pessoas feridas, a maioria funcionários do Palácio. Entre eles estão cinco policiais que trabalhavam na segurança do edifício, um dos quais estaria em estado grave.
Desde o dia 25 de fevereiro, o cargo de primeiro-ministro é ocupado interinamente por Michel Patrick Boisvert, aliado de Henry, que conta com o apoio de uma junta presidencial criada para sustentar um governo de transição incumbido de convocar novas eleições.
No entanto, o FRG9 e outros grupos armados têm mantido suas ações violentas tanto na capital Porto Príncipe quanto no interior do país.
Esta nova onda de violência no Haiti faz parte de uma crise política que se iniciou em julho de 2021, após o assassinato do então presidente Jovenel Moïse.
O magnicídio resultou na chegada de Henry ao poder, acumulando os cargos de presidente e primeiro-ministro do país.