O PCP (Partido Comunista Português) declarou nesta quarta-feira (21/10) que apoiaria a formação de um governo liderado pelo PS (Partido Socialista). A afirmação ocorre em meio a um impasse em Lisboa para montar gabinete após quase três semanas das eleições gerais de Portugal.
EFE
Secretário-geral do PCP, Jerônimo de Sousa (c), saúda seus seguidores durante ato eleitoral em Lisboa antes de pleito
No pleito de 4 de outubro, a coalizão conservadora — também chamada de Pàf (Portugal à Frente) e formada pelo PSD (Partido Social Democrata), do primeiro-ministro interino, Pedro Passos Coelho, e pelo CDS-PP (Partido Popular) — ficou à frente com 36,8% dos votos, contra 32,4% do PS, mas não conseguiu formar maioria parlamentar.
A decisão vem após o líder comunista, Jerónimo de Sousa, se encontrar nesta manhã com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva. Desde ontem, o chefe do Executivo tem se encontrado com forças parlamentares antes de encarregar a formação do governo a uma delas.
“Há uma maioria (de esquerda) que reúne as condições para formar governo com iniciativa do Partido Socialista e que permite sua entrada interina”, defendeu Sousa, para quem essa seria uma solução “duradoura”, enquanto esse Executivo “defender os interesses nacionais e dos trabalhadores portugueses”, reportou a Agência Efe.
EFE
Pedro Passos Coelho se encontrou no início da semana com Cavaco Silva (dir)
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Citado pelo jornal português Público, o líder comunista disse a Cavaco Silva que nomear Passos Coelho para um novo mandato como primeiro-ministro seria “uma manifesta perda de tempo”. A jornalistas, Sousa ainda afirmou que “o PSD e CDS não têm condições, no plano de correlação de forças existentes na Assembleia da República, de fazer passar seu programa”.
As declarações de Jerónimo de Sousa ocorrem dias depois de a líder do BE (Bloco de Esquerda), Catarina Martins, também sinalizar para uma aliança com a legenda socialista, encabeçada por António Costa.No panorama político português, o BE aparece como terceira força parlamentar e como partido que mais cresceu em relação às últimas eleições, em 2011.
De acordo com o Público, as lideranças do PSD e do CDS estão perplexas com a possibilidade de o PS vir a liderar o Executivo, mesmo depois de ter ficado em segundo lugar nas legislativas.