Durante a 46ª Cúpula do Mercosul (Mercado Comum do Sul) em Caracas, quatro países – Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela – condenaram o uso desproporcional da força pelo Exército de Israel contra a Faixa de Gaza. Tais declarações da reunião são o principal destaque desta semana em Opera Mundi.
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, no entanto, não mencionou o conflito em seu discurso, mas agradeceu efusivamente o apoio do Mercosul. Após a suspensão pelo impeachmet contra o ex-presidente Fernando Lugo, o país voltou na terça-feira (29/07) a participar de uma cúpula presidencial do bloco.
Além disso, os membros do bloco apoiaram a Argentina na véspera do prazo final para o pagamento da dívida herdada da crise econômica de 2001.A maioria dos chefes de Estado manifestou solidariedade a Cristina Kirchner contra o que a presidente argentina considera uma “agressão” por fundos especulativos.
Na segunda (28), os países do bloco negociaram a antecipação dos prazos de eliminação das tarifas comerciais do bloco com Chile, Colômbia e Peru. A informação foi divulgada pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. A presidência pro-tempore do Mercosul foi passada da Venezuela para a Argentina.
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Tréguas humanitárias fracassadas
O Exército de Israel e o braço armado do Hamas retomaram na manhã da sexta-feira (01/08) os combates na Faixa de Gaza, poucas horas depois do anúncio conjunto de cessar-fogo humanitário por 72 horas. Mesmo com a trégua, palestinos denunciaram que pelo menos três pessoas morreram em bombardeios. Israel, por sua vez, assegura que pelo menos oito foguetes e morteiros foram disparados por milícias palestinas.
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Efe
Palestinos choram pela perda de um familiar em quinto ataque a uma escola da ONU desde início da ofensiva
Israel e o Hamas aceitaram na noite de quinta (31/07) realizar 72 horas de trégua humanitária incondicional em meio ao conflito que dura mais de 20 dias e deixou mais de 1.500 pessoas mortas. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
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Na quinta (31/07), o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, declarou que a Faixa de Gaza é uma “área de desastre humanitário” e pediu à comunidade internacional para proteger e dar assistência à região devastada pela ofensiva israelense.
Nesta semana, houve o quinto bombardeio das Forças de Defesa de Israel contra uma escola da ONU, onde pelo menos 20 palestinos morreram na quarta-feira (30/07). Dois dias antes, o Conselho de Segurança da ONU exigiu a israelenses e palestinos um “cessar-fogo humanitário imediato e incondicional” que se prolongue durante a festividade árabe do Eid ul-Fitr, que marca o fim do Ramadã.
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Esta foi a terceira trégua humanitária proposta pela ONU. Durante a primeira, que durou apenas seis horas, houve notícias de rompimento do cessar-fogo dos dois lados. Já a segunda também não deu certo para uma trégua duradoura.
O primeiro, costurado pelo presidente egípcio, juntamente a Tel Aviv e a Mohammed Abbas, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que controla a Cisjordânia, foi aceito por Israel, mas rejeitado pelo Hamas, que se sentiu excluído do processo de negociação — motivo pelo qual apresentou, dias depois, uma proposta para uma trégua de dez anos.
Em participação no programa Espaço público da Tv Brasil, a correspondente de Opera Mundi no Oriente Médio comenta crise entre israelenses e palestinos; assista:
A temperatura no Oriente Médio subiu desde a morte de três jovens israelenses na Cisjordânia há quase um mês, seguida do assassinato de um adolescente palestino. Após os episódios, as Forças de Tel Aviv passaram a realizar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza com a operação “Margem Protetora“, em funcionamento desde o dia 8 de junho, e o braço armado do Hamas respondeu com mísseis.
Surto de ebola na África Ocidental
A atual epidemia do vírus do ebola em países no extremo oeste do continente africano chega a proporções preocupantes. O principal médico especialista de ebola em Serra Leoa, Sheik Umar Khan, morreu na terça-feira (29/07) após ser infectado com o vírus. Este é o segundo caso em que um funcionário de saúde morre por conta do pior surto da doença na história do continente africano.
A morte de Sheik Umar Khan vem dias após Samuel Brisbane, médico veterano no maior hospital da Libéria, ter morrido no sábado (26/07). Uma série de membros de equipes de saúde foi infectada com ebola nas últimas semanas. Um deles é um agente humanitário norte-americano que será encaminhado para tratamento no hospital universitário Emory em Atlanta, EUA.
Efe
Funcionários de saúde na Libéria caminham por campos de isolação de infectados com vírus
Para conter o surto de ebola, o presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, ordenou o fechamento de quase todas as fronteiras do país. Além de fechar temporariamente as portas de entrada, Sirleaf também restringiu eventos públicos e colocou em quarentena comunidades inteiras afetadas pelo vírus.
A Nigéria já havia decretado estado de alerta nos portos e nas fronteiras, após o primeiro caso fatal de ebola ser confirmado em Lagos, cidade mais populosa do país e segunda maior do continente africano. Hoje pela manhã, o governo nigeriano também decidiu suspender voos da companhia aérea ASKY, na qual viajou a vítima da doença.
Na sexta, a chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Margaret Chan, disse que o surto do vírus na África Ocidental está fora de controle aos presidentes de Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim.
Segundo os últimos dados divulgados pela OMS, este surto já infectou cerca de 1.323 pessoas e matou pelo menos 729. O vírus do ebola não tem cura ou vacina, tendo como tarefa médica primordial o alívio do sofrimento. Entre os sintomas, destacam-se febres altas, dores violentas, náuseas, vômitos e hemorragias.