Seguindo a linha de diversos outros veículos da imprensa internacional, o jornal norte-americano The New York Times publicou um editorial na quarta-feira (31/08) comentando o impeachment da presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff.
Retomando os acontecimentos de ontem, quando o Senado federal decidiu pela destituição de Dilma, o texto começa focando no discurso da agora ex-presidente após o resultado da votação no plenário.
The New York Times
Editorial de jornal norte-americano comenta saída de Dilma Rousseff
Na ocasião, Dilma disse que o Senado tomou uma decisão que se tornará “uma das maiores injustiças da história” e que “o projeto progressista, inclusivo e democrático nacional que eu represento será barrado por uma poderosa força conservadora e reacionária”.
Segundo o New York Times, “será uma pena se a história provar que ela estava certa. Mas o legado de Rousseff, e os eventos que levaram a sua queda, são mais complexos do que ela reconhece”.
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O jornal norte-americano fala das falhas que julga que Dilma cometeu durante seu governo, que somadas à recessão econômica tornaram-na “profundamente impopular”.
No entanto, o texto diz que há “passos concretos” que o novo governo pode tomar para “restaurar a fé dos brasileiros em sua elite política”, que classificou como “assolada por escândalos”.
Agência Efe
New York Times disse que “será uma pena” se a história provar que Dilma estava certa
“Michel Temer, que se tornou presidente interino em maio quando Rousseff foi afastada, deveria deixar as investigações de corrupção continuarem e rejeitar iniciativas legislativas que visam enfraquecer os promotores”, afirmou o editorial.
Comentando a reação positiva dos mercados aos planos econômicos do novo presidente, como a privatização de empresas estatais, a publicação lembra que também será preciso lidar com o orçamento federal, o que implicará em cortes, e pondera que Temer deve ser cuidadoso com os programas sociais que “fizeram o PT popular”.
“Até que os brasileiros possam eleger um novo presidente em 2018, ele poderia honrar o processo democrático do país permanecendo razoavelmente fiel à plataforma que os brasileiros escolheram”, disse o jornal.