Na quarta-feira (23/07), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro lançou uma nota em que condenou “energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza”, alertou para o “elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças”, reiterou o pedido de um “imediato” cessar-fogo e chamou para consultas o embaixador do país em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho. Tal comunicado desagradou a chancelaria israelense no Brasil. A trocas de críticas entre ambos países é o principal destaque desta semana em Opera Mundi.
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Efe
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“Nós lamentamos e estamos muito desiludidos com a posição do Brasil”, afirmou o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Yoel Barnea, em entrevista por telefone, na quinta-feira (24/07). Após a chancelaria israelense chamar a diplomacia brasileira de “irrelevante”, Marco Aurélio Garcia – assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais – escreveu um artigo exclusivo para Opera Mundi.
“É evidente que o governo brasileiro não busca a “relevância” que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos. Menos ainda a 'relevância' militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas”, escreveu Marco Aurélio em artigo. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo brasileiro considerava “desproporcional” a decisão israelense de invadir por terra o território palestino da Faixa de Gaza, medida que resulta em “morte de mulheres, crianças e civis em geral”.
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Ainda na noite de quinta, cerca de 600 pessoas se reuniram à noite em um ato pacífico pelo direito de defesa de Israel e em represália ao comunicado do Itamaraty. Organizada pela Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) e pela Juventude Judaica Organizada, a manifestação começou às 19h30 e durou até quase 21h, na praça Cinquentenário de Israel, em São Paulo.
Entenda conflito
A temperatura no Oriente Médio subiu desde a morte de três jovens israelenses na Cisjordânia há quase um mês, seguida do assassinato de um adolescente palestino. Após os episódios, as Forças de Tel Aviv passaram a realizar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza com a operação “Margem Protetora” e o Hamas respondeu com mísseis.
Segundo os mais recentes dados da Ocha (Agência da ONU para Assuntos Humanitários) em gaza, já morreram mais de 800 palestinos – sendo quase 600 civis. Já o lado israelense contabiliza mais de 30 baixas.
Patrícia Dichtchekenian/ Opera Mundi
Ato reuniu cerca de 600 pessoas na quinta, de acordo com a Pm (Polícia Militar), em praça no bairro do Higienópolis
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Desastres aéreos
Após a queda de um avião do voo MH17 da Malaysia Airlines na última semana na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia vindo de Amsterdã para Kuala Lumpur, outros dois desastres aéreos aconteceram nesses últimos sete dias.
Na quarta-feira (23/07), um avião da companhia aérea TransAsia Airways caiu durante um pouso de emergência em Taiwan. O ministro dos Transportes do país, Yeh Kuang-shih, afirmou que 47 pessoas morreram e 11 ficaram feridas na pior tragédia aérea da ilha. O presidente chinês, Xi Jinping, enviou condolências às famílias das vítimas.
Já na manhã de quinta (24/07), autoridades argelinas informaram que perderam contato com um avião da companhia Air Algérie que voava de Uagadugú, capital de Burkina Faso, a Argel, capital da Argélia. A aeronave em questão foi encontrada no leste do Mali junto à caixa-preta. Na sexta (25), o presidente da França, François Hollande, disse não haver “nenhum sobrevivente”.
Efe
Bombeiros lançam água para apagar o fogo provocado pelo choque do avião com dois imóveis na ilha de Taiwan
América do Sul
Enquanto isso, na América do Sul, outro destaque foi a campanha presidencial boliviana, que começou nesta semana com cinco candidatos ao principal cargo político do país. Quatro chapas de oposição tentarão evitar a reeleição do atual presidente Evo Morales, do MAS (Movimento ao Socialismo), que buscará o terceiro mandato consecutivo. O primeiro turno das eleições acontecerá no próximo dia 12 de outubro.
Já na Venezuela, um tema em foco foi o início do julgamento do dirigente do partido venezuelano Voluntad Popular Leopoldo López, na quarta-feira (23/07), em Caracas. Preso desde fevereiro, após se entregar durante uma marcha, o opositor é acusado de incitar violência na manifestação opositora de 12 de fevereiro, que resultou em mortes e danos na sede do Ministério Público. A data marcou o início de uma onda de protestos no país, derivando em mais de 40 mortos.
Luciana Taddeo/Opera Mundi
Cerca de 50 pessoas compareceram hoje a uma manifestação em apoio a López, na capital venezuelana