Em mais uma manifestação de repúdio `à decisão dos Estados Unidos em excluírem Cuba, Nicarágua e Venezuela da Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles entre os dias 6 e 10 de junho, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (06/06) que a posição do país norte-americano é “discriminatória”.
“O que o governo dos Estados Unidos promove é um ato de discriminação”, declarou Maduro, destacando a necessidade de um novo órgão onde todos os países da América participem sem exclusão.
O mandatário venezuelano ainda elogiou o posicionamento do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, em não comparecer ao evento como “forma de protesto” à exclusão dos países vizinhos.
“Expressamos nossa admiração pelo presidente López Obrador e todo o apoio à mensagem que ele enviou nas últimas semanas para que a discriminação, as sanções e os bloqueios contra a Venezuela sejam abandonados”, disse Maduro.
#DeInterés ? | Presidente agradeció apoyo del Gobierno mexicano por trato discriminatorio en la Cumbre de las Américas https://t.co/M2Li5ZuX41 pic.twitter.com/toNO0izqSG
— Prensa Presidencial (@PresidencialVen) June 7, 2022
López Obrador chegou a insistir com Washington para que o país garantisse a inclusão de todos as nações americanas no encontro, algo que não se concretizou.
O presidente venezuelano ainda declarou que “infelizmente” o próprio governo dos Estados Unidos “fez a Cúpula fracassar”, afirmando que a agenda do encontro regional não representa “assuntos de interesse e prioridade” dos países das Américas.
Por sua vez, Maduro também convidou o presidente da Argentina, Alberto Fernández, a convocar, por meio da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), uma nova reunião entre todos os países da América Latina com uma agenda de “temas prioritários”.
Wikicommons
Presidente venezuelano ainda declarou que “infelizmente” o próprio governo dos Estados Unidos “fez a Cúpula fracassar”
“Exclusão antidemocrática”
O governo cubano também se pronunciou sobre a exclusão promovida pelos Estados Unidos e considerou que “não existem justificativas” para tal “exclusão antidemocrática” .
Segundo comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores, Washington “abusou de seu privilégio como país anfitrião” ao restringir a participação dos países latino-americanos no evento. “O governo de Joe Biden recusou-se a atender às justas demandas de diversos governos para mudar essa posição discriminatória e inaceitável”, completou a nota.
No início de maio, os Estados Unidos anunciaram que não convidariam os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela para a Cúpula das Américas por serem países que “não respeitam a democracia”.
Desde então, além do México, outros países se manifestaram contra a posição excludente do governo norte-americano dos EUA, como Bolívia, Honduras, São Vicente e Granadinas; bem como o Grupo Puebla e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).
Desde o lançamento do encontro regional, em 1994, esta é a primeira vez que os Estados Unidos sediam o evento, que acontece até 10 de junho em Los Angeles. A última Cúpula aconteceu em 2018, no Peru, e não contou com a presença do então presidente norte-americano, Donald Trump.
(*) Com Telesur