O estudo cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (13/06) foi realizado com pacientes nos Estados Unidos, onde o vírus não é endêmico. Porém, a Valneva – empresa farmacêutica franco-austríaca responsável pelo imunizante – também testa a vacina em adolescentes no Brasil, país onde o chikungunya é endêmico. Os novos resultados poderão ser decisivos para o futuro do fármaco.
Esse primeiro grande teste de uma vacina contra o vírus chikungunya teve resultados positivos entre a população norte-americana. Foi o que anunciou o laboratório franco-austríaco Valneva, ressaltando que os dados foram elogiados por especialistas, ainda que a doença seja rara nos Estados Unidos.
A vacina desenvolvida pela Valneva é conhecida como VLA1553. Segundo a empresa, autoridades norte-americanas poderão dar a sua aprovação em agosto.
O novo teste, de fase três (última fase antes de solicitar o exame do medicamento perante autoridades) envolveu mais de 4.100 adultos saudáveis nos Estados Unidos.
Um total de 99% dos pacientes geraram anticorpos capazes de neutralizar o vírus, segundo estudo publicado na revista The Lancet.
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Vacina requer uma injeção única e gerou efeitos colaterais semelhantes aos de outros fármacos
A vacina, que requer uma injeção única, gerou efeitos colaterais semelhantes aos de outros fármacos.
Descoberto na África
Detectado em 115 países desde a sua descoberta na Tanzânia, em 1952, o vírus chikungunya causa febre e dores nas articulações. É transmitido aos seres humanos por meio do mosquito do tipo Aedes.
A doença, para a qual ainda não existe medicamento, cresceu exponencialmente nas Américas. Entre janeiro e abril, foram detectados 135 mil casos no continente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos primeiros seis meses de 2022, foram registrados 50 mil casos na região.
Os resultados são promissores, destacou Martina Schneider, diretora de estratégia clínica da Valneva e principal autora do estudo. “Ela poderia representar a primeira vacina contra o chikungunya para quem vive em regiões endêmicas, bem como para viajantes,” afirmou.
O laboratório francês pretende solicitar a autorização de comercialização junto às autoridades de saúde europeias no segundo semestre de 2023.
A OMS alertou em abril que doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, poderiam se espalhar devido às mudanças climáticas.
Outro medicamento contra o vírus é desenvolvido pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic.