Centenas de vítimas das fortes chuvas que atingem Mianmar puderam se alojar na noite de sexta-feira (11/08) em mosteiros do país, enquanto aguardam o nível das águas baixar. As enchentes já deixaram pelo menos cinco mortos, além de cerca de 48 mil pessoas desalojadas.
Pais e filhos dormem em colchões cercados por sacolas com seus poucos pertences, enquanto suas roupas úmidas secam em varais improvisados em um mosteiro na cidade de Bago, a nordeste de Yangon.
Tin Win conta que, embora as condições no abrigo sejam ruins e eles recebam apenas duas refeições por dia, ela estava grata por estar seca e em segurança. “O lugar é muito pequeno e não há muito espaço para dormir. Temos de deitar uns colados aos outros “, ela descreveu.
“Se não chover mais, esperamos voltar para casa em três dias”, estima a mulher de 52 anos.
Flickr/World Bank Photo Collection
Yangon, em Mianmar
O serviço meteorológico de Mianmar informou que o nível do rio Bago continuava a subir neste sábado, mas que deve começar a baixar nos próximos dias.
Dilúvio
Escapar do dilúvio foi uma difícil aventura, narra Ohm Kyi, outra vítima das chuvas no país. “Alugamos um bote para salvar algumas coisas de casa, mas o barco não conseguia se aproximar muito. Então tivemos de entrar na água e carregar o máximo que podíamos”, descreve o homem de 64 anos.
“Só conseguimos trazer conosco algumas roupas, panelas e pratos”, ele diz.
As enchentes começaram no final de julho e afetaram nove estados e regiões do norte e do sul do país.
“Fornecemos a comida necessária, incluindo macarrão instantâneo e água potável”, afirmou Lay Shwe Zin Oo, diretor do Ministério de Bem-Estar Social, Assistência e Reassentamento. “As pessoas ficam [abrigadas] em mosteiros, escolas e em outros lugares altos”, ele acrescentou.
Mianmar sofre com fortes chuvas na mesma época todos os anos. Mas eventos climáticos extremos foram observados em todo o mundo nas últimas semanas, exacerbados, alertam os cientistas, pelas mudanças climáticas.