Na edição do programa SUB40 desta quinta-feira (03/12), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, conversou com candidata da aliança eleitoral de esquerda Juntos Por El Perú à presidência do país, Verónika Mendoza, que falou sobre as demandas da sociedade por mudanças e crise política peruana.
A ex-deputada afirmou que a direita do Peru quer “manter” o atual cenário e o “status quo” da política do país. Para Mendoza, a ala conservadora “não quer escutar que há uma nova demanda de mudança”.
“Há algo peculiar nas eleições de 2021. Os conservadores e a direita defendem o status quo. [Mesmo] nas recentes mobilizações, eles não querem escutar que há novas demandas de mudanças. Esse cenário eleitoral se configura entre os que querem manter o status quo, entre aqueles que querem manter privilégios e os que querem mudanças, igualdades e oportunidades”, disse.
Segundo a peruana, há candidaturas da direita que apoiaram a saída de Martín Vizcarra e “não se importam com as demandas da sociedade”, estão interessados em ter “acesso ao poder, ter suas imunidades e negócios”. “Eles assistiram em silêncio o terrível abuso policial nas manifestações das últimas semanas que acabou com a vida de dois jovens que estavam protestando e defendendo a democracia”, declarou.
Crise peruana
Altman e Mendoza ainda conversaram sobre a atual crise no Peru, que teve três presidentes em poucas semanas. A candidata afirmou que essa situação “não começou com a saída de Vizcarra”, que, na verdade, é uma crise de “anos e décadas”.
“Sintoma disso é que todos os nossos ex-presidentes eleitos democraticamente após a ditadura fujimorista estão processados por corrupção. E junto a eles estão seus ministros, governadores e grandes empresários, que também estão processados por corrupção. Essas pessoas representam uma institucionalidade política que não dá mais e não representa a cidadania”, disse.
O programa
Todas as quintas-feiras, o fundador de Opera Mundi entrevista, ao vivo, uma personalidade da nova geração que está pautando a discussão política e cultural no país. O nome do programa, SUB40, vem a partir daí: uma conversa com as novas caras do debate público – aqueles com até 40 anos (ou um pouco mais) – para entender suas ideias e antecipar tendências.
Os espectadores também podem participar e fazer perguntas, por meio do chat do YouTube. As questões serão selecionadas e feitas por Altman para o entrevistado.