Milei anuncia corte de 70 mil empregos públicos e diz que ‘há mais motosserra’
Presidente também congelou obras públicas e encerrou 200 mil planos de bem-estar social
O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que planeja demitir 70 mil funcionários públicos no próximos meses. A fala ocorreu durante discurso no Fórum Econômico Internacional das Américas (IEFA) na terça-feira (26/03).
Além dos cortes de empregos, Milei se vangloriou de ter congelado obras públicas, cortado parte do financiamento aos governos provinciais e encerrado mais de 200 mil planos de bem-estar social, definindo como “corruptos”.
Por conta das falas, o mandatário ultradireitista voltou a associar os cortes com a imagem de motosserra para defender sua política.
“O ajuste fiscal que fizemos tem muito de liquidificador. Há muito mais motosserra”, afirmou ao se referir à erosão dos salários e pensões pela inflação anual da Argentina de 276%.
Apesar de representem apenas uma pequena fração dos 3,5 milhões de trabalhadores do setor público argentino, a mídia local analisa que os cortes enfrentarão resistência por parte dos sindicatos, que podem colocar em risco os índices de aprovação do governo.

Casa Rosada
Após fala, Milei disse que ‘aá muito mais motosserra’ para a economia argentina
Enquanto isso, na segunda-feira (25/03), a Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) da Argentina declarou greve nacional de 48 horas.
A decisão foi tomada como repúdio à possível demissão de um grupo de funcionários do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) pelo governo.
Rodolfo Aguiar, que é secretário-geral da associação, confirmou a greve e emitiu comunicado criticando Milei pela ameaça de despedir 30% dos trabalhadores da fábrica da Senasa.
Diante da ameaça da onda de demissões, os trabalhadores da entidade expressaram sua preocupação e exigiram que seus postos de trabalho sejam respeitados.
O anúncio da ATE aconteceu após a oferta de 8% que o governo de Milei fez na discussão do contrato coletivo ser rejeitada.
(*) Com Sputnik Brasil e Telesur.