Em entrevista ao portal de notícias France Info, um soldado franco-israelense que acaba de retornar a Paris depois de passar um mês mobilizado na Faixa de Gaza, identificado pelo nome de Daniel, fez duras críticas nesta sexta-feira (26/04) ao grau de destruição do território palestino.
Daniel relata que a paisagem na Faixa de Gaza está destruída. “Não sobrou nenhuma janela e muitas casas estão totalmente destruídas.” De acordo com este soldado, que tem cerca de 30 anos, reina “uma espécie de caos” no enclave.
Ele contou ter visto “um enorme número de cadáveres”. “Pessoas mortas durante os bombardeios estavam nos escombros”, relembra.
Ninguém está preparado para algo assim, admitiu o franco-israelense, “essa escala em termos de destruição, em termos de cadáveres”.
O soldado afirmou que a população civil palestina está “num estado bastante avançado de desespero”. Ele acrescentou que não era pessoalmente contra a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Pelo contrário, o franco-israelense acredita que é necessário levar ajuda humanitária em massa para os palestinos. E ainda defende que esta ajuda humanitária seja uma condição para Israel continuar a sua operação na Faixa de Gaza.
Protestos pró-palestinos
O movimento estudantil de ocupação de universidades norte-americanas contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza está crescendo nos Estados Unidos e chegou à França.
Em Paris, cerca de 70 estudantes voltaram a ocupar um prédio da universidade SciencesPo na noite de quinta-feira, depois de terem sido expulsos durante o dia pela polícia.
O comitê Palestina dessa universidade de elite quer que a direção da SciencesPo encerre a “colaboração” com todas as entidades consideradas “cúmplices de opressão sistemática ao povo palestino”. O grupo pede o fim “à repressão das vozes pró-palestinas no campus”.
A direção da instituição tem sido criticada, acusada de tolerar posturas antissemitas entre seus alunos.