O programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (13/07) tratou dos crimes do bolsonarismo e sobre como as instituições brasileiras devem lidar com esses processos, para evitar a impunidade e alcançar a devida reparação aos afetados.
Para conversar sobre esse assunto, a apresentadora Fernanda Forgerini, editora de Opera Mundi, entrevistou Vivian Mendes, ex-integrante da Comissão da Verdade e atualmente membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
Vivian também é presidente estadual do partido Unidade Popular (UP) em São Paulo e foi candidata ao Senado nas eleições de 2022, recebendo mais de 280 mil votos, além de ser graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e fundadora do Movimento de Mulheres Olga Benário.

Segundo Vivian, “nós temos que lembrar, para deixar claro já no começo, que existem provas documentais para apontar os crimes cometidos por (Jair) Bolsonaro. Como as fake news são uma coisa muito presente, às vezes a gente meio que acredita que faltam elementos, mas eu queria resgatar aqui que, no ano passado, nós tivemos o Tribunal Permanente dos Povos, que aconteceu aqui em São Paulo e em Roma ao mesmo tempo, que julgou os crimes de Bolsonaro durante a pandemia, porque nós podemos falar de vários crimes, mas vamos falar desse para simplificar. Esses crimes estão documentados a partir de uma CPI que já aconteceu”.
Unidade Popular
Vivian Mendes disputou a eleição ao Senado em São Paulo, em 2022, pelo partido Unidade Popular
Vivian também ressaltou que lutar contra o bolsonarismo não significa somente enfrentá-lo na esfera judicial. “Sabe o que realmente combate o bolsonarismo? Políticas sociais que defendam os interesses da classe trabalhadora. Que não são, por exemplo, o arcabouço fiscal. O novo teto de gastos, é uma política proposta pelo governo, que vai na contramão da responsabilização de Bolsonaro. É fundamental e urgente que este governo apresente melhores condições de vida para a classe trabalhadora”, frisou a presidente estadual da UP em São Paulo.
Sobre a Unidade Popular, Vivian confirmou que o nome do partido teve inspiração na Unidad Popular chilena, a coalizão entre comunistas e socialistas que sustentou o governo do ex-presidente Salvador Allende, entre 1970 e 1973, e falou sobre os 50 anos do golpe que terminou com aquela experiência socialista.
“A Unidade Popular também é resultado de um trabalho muito difícil, registrar um partido com a lei atual é muito difícil, tanto é que Bolsonaro não conseguiu. A Unidade Popular foi fundada em 2019, e só conseguiu porque já tinha uma organização junto a movimentos nacionais com bastante experiência. E também é fundamental para nós, que queremos ser um partido revolucionário e antifascista, beber das outras experiências latinas, e o nome do partido acabou sendo uma forma de homenagear o esforço que foi feito no Chile naquele momento”, comentou Vivian.