A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi a convidada do 20 MINUTOS desta quinta-feira (22/06) para uma entrevista sobre a perseguição que ela e demais parlamentares vêm sofrendo por rechaçar o Marco Temporal.
Isso por que, no último mês, o Partido Liberal (PL) entrou com uma representação contra ela e mais cinco deputadas do PT e Psol, pedindo a cassação delas. A justificativa é pelo fato das representantes terem chamado de “assassinos” aos seus pares da oposição que votaram favoravelmente ao Marco Temporal das terras indígenas.
A parlamentar afirmou que o processo é uma forma de “calar as mulheres”. As seis deputadas que estão sendo processadas no Conselho de Ética são: Erika Kokay, Juliana Cardoso (ambas do PT), Célia Xakriabá, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Fernanda Melchionna (as quatro do Psol).
Ainda segundo Kokay, os ataques que as deputadas estão sofrendo é uma “violências políticas de gênero”. A parlamentar disse no 20 MINUTOS que o processo já começou e que elas estão sendo perseguidas por terem protestado apontando a ação como “assassinato e genocídio”.
“O projeto do marco temporal é a legalização do genocídio que o país vivenciou como violência contra os povos indígenas”, afirmou ela, declarando que a discussão do projeto de lei foi “atentatória” aos direitos indígenas.
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A deputada está com processo aberto no Conselho de Ética após oposição entrar com ação
Para ela, há uma articulação misógina, que envolve o presidente da Câmara Arthur Lira, na aceleridade que eles querem dar ao processo”. Kokay defendeu que as parlamentares apenas se posicionaram frente uma votação “extremamente nociva ao país” e que não foi um “ataque direto”, mas sim “postura”.
“Nós chamamos estes que apoiaram essa votação de assassinos. E nós repetimos: são assassinos do futuro, do meio ambiente, dos povos indígenas e da condição humana. Portanto, não se pode comparar isso com parlamentares que, por exemplo, articularam o golpe contra a própria democracia”, disse.
Questionada por Breno Altman sobre a reação da base governista contra a ameaça de cassação, Kokay apontou que há uma parte do Parlamento que está “calada”. “Penso que silêncio, neste momento, é uma cumplicidade com o ataque que estamos sofrendo”.
“Ninguém pode se calar. Temos que fazer um grande movimento e não podemos nos enganar que isso é violência política de gênero sim”, declarou.