O jornalista Breno Altman recebeu o escritor Marcelo Rubens Paiva no 20 MINUTOS desta terça-feira (28/03) para uma conversa sobre seu livro Feliz Ano Velho (editora Alfaguara).
O livro de Paiva surgiu após um acidente que o escritor sofreu em 1979, que o deixou tetraplégico. Segundo ele, a reconstrução de sua vida do episódio até o lançamento da obra foi “intenso”, mas de um “renascimento”.
“Eu tive que deixar de ser um cara que eu era antes, para ser um outro. E demora um pouco para a gente se tocar disso. […] Tive a sorte de fazer um grupo de amigos deficientes, de todos os tipos, onde fui fazer a reabilitação, e que rompia com todos os estereótipos de deficiente físico que eu tinha. Esse grupo que me ajudou a me reconstruir”, disse.
Assista entrevista na íntegra:
No 20 MINUTOS, Paiva disse que já escrevia desde jovem, mas que, após o acidente, passou a escrever contos e artigos. Passados 40 anos do lançamento de Feliz Ano Velho, o escritor não imaginava o sucesso da obra.
“Fui muito sincero e íntimo no livro. Se alguém me dissesse que ele seria lido por milhões, eu não teria sido tão sincero assim. Eu acho que tem uma coisa da reconstrução de um garoto que era bonito na escola e escrevi de uma forma que quebrava os padrões da época”, afirmou ele a Altman.
Para ele, foi um “período tenso” escrever durante o governo de Jair Bolsonaro, pois Paiva não imaginava que ideias fascistas no Brasil não ganhariam força.
No entanto, o escritor disse que é “cedo” para comentar e avaliar os 100 primeiros dias de governo Lula, já que, de acordo com ele, a gestão “não é uma coisa só, é uma frente”. “Acho que o presidente deu declarações muito infelizes, pois ele fez uma campanha dizendo que não tinha rancor algum, mas, eventualmente, ele solta umas que você se pergunta: ‘para quê'”, disse.
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Passados 40 anos do lançamento de Feliz Ano Velho, Marcelo Rubens Paiva diz que se surpreende com o sucesso da obra