O economista Luiz Gonzaga Belluzzo foi o entrevistado do jornalista Breno Altman no programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (05/07).
Belluzzo é formado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, fez seu mestrado em Desenvolvimento Econômico pela Cepal e doutorado pela Unicamp, onde passou a ser professor-titular a partir de 1986. Fundou, em 1999, a Faculdade de Campinas. Foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda no governo Sarney, de 1985 a 1987, entre outras funções públicas que desempenhou. Entre outras atividades, atualmente é o economista-chefe do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa).
Recentemente, lançou a obra Crônicas antieconômicas (2023), publicado pela Editora Contracorrente. Escrito em coautoria com Nathan Caixeta, a obra é um conjunto de ensaios que se propõem a reposicionar o pensamento econômico como economia política, emancipada de modelos matemáticos supostamente indiscutíveis e mergulhada no caldeirão das múltiplas relações sociais nas quais a sociedade produz, vive e sobrevive.
Questionado por Altman por que o debate da Economia Política teria que ser ressuscitado, Belluzzo explica sobre a tentativa de sua obra em recolocar a economia na sociedade e na vida das pessoas.
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Economista Luiz Gonzaga Belluzzo foi o convidado de Breno Altman para o 20 MINUTOS desta quarta-feira (05/07)
“O que ficou prejudicado no debate geral foi a perda da visão histórica das transformações da economia política e a sua transmutação em uma ciência econômica. Quando as pessoas discutem a matematização, o problema não é ela em si, mas seu uso. Lamento que a economia política tenha se desgarrado das demais ciências sociais”, declara o professor.
A obra Crônicas Antieconômicas explicita as divergências na economia e retoma o pensamento crítico. Segundo Belluzzo, a “pretensão de conceber a economia como semelhança de uma ciência f´ísica e da natureza, fez com que questões fundamentais de um sistema de vida fosse encolhido”.
“´É uma coisa deplorável que tenhamos segmentado o conhecimento da área social em política, sociologia, antropologia e economia, quando na verdade, a sociedade reúne todas essas dimensões e exige um tratamento comum delas”, conclui.
Ao abordar o “problema da atualidade de Marx”, Belluzzo comenta a obra e objetos de estudo do pensador e as relações com o Marxismo moderno.
“Marx estudou uma estrutura da economia capitalismo já constituída, decompondo os elementos desse sistema e mostrando a conexão entre eles. É preciso continuar pesquisando a economia a partir do que Marx escreveu”, avalia.