As verbas para a saúde e educação estão ameaçadas? A deputada federal pelo PSOL do Rio Grande do Sul Fernanda Melchionna respondeu a pergunta em entrevista no programa 20 MINUTOS desta terça-feira (30/05).
Na última semana, o governo Federal anunciou um bloqueio de R$1,7 bilhão para cumprir o atual teto de gastos. Diante disso, o Ministério de Planejamento afirmar que as pastas de saúde e educação não serão atingidas pela manobra, no entanto Melchionna avalia que “é bom” que a saúde e educação não sejam afetadas, mas entende que esse valor “vai sair de algum lugar, e em geral, sai de programas sociais para que os gastos financeiros do capital brasileiro e dívidas sejam pagos”.
Falando sobre o projeto de arcabouço fiscal do ministro da Economia, Fernando Haddad, a deputada afirma não achar um projeto bom. “O governo golpista do Temer fez um dos tetos mais rígidos do mundo e nós fizemos uma luta pesada contra a ‘PEC da Morte’, era assim que nós a denominávamos, então, como eu vou achar bom um projeto que segue a mesma lógica com um pouquinho mais de investimento?” questiona.
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Deputada federal pelo PSOL do Rio Grande do Sul Fernanda Melchionna é convidada do 20 Minutos desta terça-feira (30/05)
Para mudar o espectro, Melchionna afirma que a mudança precisa começar nos movimentos sociais: “Eu acho que sempre dá pra mudar o jogo, os movimentos sociais têm que começar a debater e botar na pauta de exigências a revogação do arcabouço antes de que ele entre em execução brutal, nos limites de contingenciamento. Nós temos que alterar a correlação de forças no país e isso significa ter uma agenda de mobilização nossa”.
A deputada ainda critica a questão da governabilidade no governo Lula, avaliando que dentro dessa tendência “a Câmara dos Deputados, sem resistência e sem enfrentamento do governo, vai tentar fazer os ministérios do Lula virarem os ministérios do Bolsonaro, como está acontecendo na pauta ambiental”, declara parafraseando a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.