O ex-presidente do Equador Rafael Correa disse nesta quinta-feira (10/10) que o governo de Lenín Moreno está “clinicamente morto” e que o atual presidente “não tem saída” diante dos protestos massivos que tomaram as ruas do país há uma semana contra o pacote econômico neoliberal anunciado pelo governo.
Em entrevista ao programa de rádio argentino Que Vuelvan las Ideas, Correa disse que os “golpistas” do Equador não se “importam com o país, eles se importam em seguir dominando e perpetuando seu poder”.
“A situação mais pacífica, constitucional e democrática adequada para essa situação seria o presidente convocar novas eleições”, disse o ex-mandatário.
Segundo o equatoriano, os políticos que estão ao lado de Moreno “não representam o povo que está se manifestando” nas ruas do país. Correa disse que esses dirigentes estão “tratando de controlar [as manifestações] com a repressão mais brutal de que se tem na memória”.
Conaie/Reprodução
Confederação de Nacionalidades Indígenas realizou ato em homenagem aos cinco mortos nos protestos
Moreno
Ainda nesta quinta, o presidente Lenín Moreno concedeu uma entrevista à CNN e afirmou ter “muitas organizações” que se colocam como “representantes dos indígenas” e que o governo teria entrado em contato com elas. No entanto, a informação foi desmentida pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que negou qualquer diálogo com as autoridades.
Depois do anúncio sobre o pacote de medidas econômicas e a retirada dos subsídios do diesel e da gasolina, o país foi tomado por protestos. Moreno disse, sem apresentar provas, que muitos detidos fazem parte de “grupos terroristas”. “Muitos deles que foram presos, e identificada sua procedência, tem a ver com grupos terroristas”, disse.