Indígenas, outros povos originários e movimentos sociais fazem nesta quarta-feira (09/10) uma marcha em direção ao centro histórico de Quito contra o governo do presidente Lenín Moreno, no dia de greve geral convocado pelas lideranças destes grupos.
De acordo com o jornal El Universo, a mobilização se iniciou por volta das 11h locais (13h em Brasília) e, após chegar ao centro da cidade – onde fica o Palácio de Carondelet, sede do governo do Equador, retornará ao parque El Arbolito, onde os manifestantes estão concentrados. Houve episódios de violência por parte da polícia, que avançou sobre alguns dos manifestantes.
Segundo El Universo, o bairro de El Recreo, no sul quitenho, concentra os manifestantes que vem do sul do país. Imagens nas redes sociais mostram massas de manifestantes marchando por ruas em diversas cidades do país, como Guayaquil, Cuenca e Saquisilí.
Em Quito, por conta da greve geral, várias lojas não abriram e a circulação de carros está prejudicada.
A situação permanece tensa no país. A Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), que lidera as manifestações, precisou adiar uma entrevista coletiva à imprensa por “questões de segurança”.
CONAIE/Twitter
Indígenas marcham pelas ruas de Quito em direção ao centro histórico da cidade
Ocupação da Assembleia e toque de recolher
Aos gritos de “Fora, Moreno!”, um grupo de manifestantes ocupou na tarde desta terça-feira (08/10), por um breve período, uma parte da Assembleia Nacional do Equador, em Quito, capital do país. Pouco tempo depois, a polícia, em conjunto com as Forças Armadas retirou os equatorianos que estavam no local e retomou o controle do Parlamento.
A Conaie afirma que a repressão deixou 72 presos. “Eles estão incomunicáveis, não puderam ter acesso a seus advogados. Denunciamos que esta é uma detenção ilegal, arbitrária e inconstitucional. Exigimos suas liberdades”, disse a entidade, pelo Twitter.
A ocupação da Assembleia aconteceu no mesmo dia em que Moreno, que governa o país a partir de Guayaquil, decretou um toque de recolher em “locais estratégicos” do país. A medida, que vale todos os dias entre 20h e 5h, tem validade nos arredores dos edifícios do governo e em outras áreas que o comando das Forças Armadas venha a definir.