O Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta sexta-feira (18/10) que enviará ao Equador uma equipe de três oficiais para avaliar possíveis casos de abusos cometidos contra os cidadãos durante os 12 dias de manifestações contra as medidas econômicas do presidente Lenín Moreno.
A comissão de direitos humanos vai visitar o país latino-americano do dia 20 de outubro a 8 de novembro deste ano, como parte do convite feito por Moreno ao anunciar a revogação do decreto 883.
A equipe informou que recebeu denúncias de supostas violações de direitos humanos por parte da força policial do Estado e de alguns seguranças particulares nos protestos no Equador.
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“Nosso escritório recebeu denúncias de violações de direitos humanos cometidas pelas forças de seguranças, assim como por partes terceiras”, afirmou a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani.
Conaie/Reprodução
População foi às ruas do Equador contra o pacote de medidas econômicas anunciado pelo presidente Lenín Moreno
Shamdasani ainda anunciou que esta missão especial espera reunir informações de primeira mão para esclarecer, a partir de agora, os incidentes de violência que marcaram os vários protestos sociais.
Por sua parte, a chefe da entidade ligada à ONU, Michelle Bachelet, delegou a tarefa de investigar de maneira imparcial e eficaz os eventos que ocorreram após a declaração do pacote econômico de Moreno.
Bachelet pediu às autoridades que se curvem a essas investigações sobre supostos abusos e irregularidades cometidos pelas forças policiais do Equador.
Segundo declarações da Defensoria Pública de Equador, 1.192 pessoas foram presas, enquanto o Ministério do Interior contabilizou 1.419 pessoas privadas de liberdade após os protestos.