O Sesc Ipiranga, em São Paulo, abriu nesta quarta-feira (30/08) a exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários, que traz um panorama da produção literária de autores indígenas por meio de publicações e ilustrações.
Com ilustrações, fotografias, artesanias e objetos artísticos, a mostra reúne mais de 334 títulos publicados por 105 diferentes editoras do país. Toda essa produção representa ao menos 50 povos de diferentes regiões e pode ser visitada a partir dessa quinta-feira (31/08).
No entanto, a abertura da exposição nesta quarta conta com a apresentação do Toré, dança ritualística do povo indígena Pankararu.
Realizada pelo Sesc São Paulo, Instituto Cultural Vale e o Ministério da Cultura, a exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários apresenta títulos relacionados à “criação do mundo, ancestralidade, à vivência dessa ancestralidade no presente”. É o que defende Selma Caetano, idealizadora da mostra.
“O acervo apresentado na exposição é composto por cantos, contos, mitos, narrativas, poesias, ensaios, romances e títulos relacionados à criação do mundo, à ancestralidade, à vivência dessa ancestralidade no presente, ao bem viver e ao papel dos anciãos nas comunidades indígenas. Há, também, a presença de livros com uma forte carga política vinculados ao ativismo e à militância com os quais os indígenas têm superado e resistido, há séculos, à invisibilidade”, explica Caetano.
Divulgação/ Isabella Kariri
Ilustrações, fotografias, artesanias e objetos artísticos estão reunidos na exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários
A idealizadora divide o projeto de curadoria com o pedagogo, teatrólogo e poeta Ademario Ribeiro Payayá, o ambientalista e escritor Kaká Werá Jekupé, o fotógrafo Richard Werá Mirim e a documentarista Cristina Flória.
Além de dar ao público a experiência de interação com as escritas, oralidades, cosmovisões e pertencimentos étnicos da diversidade manifestada pelos artistas, a exposição presta tributo ao escritor e xamã Davi Kopenawa e destacando também Ailton Krenak, Daniel Munduruku e Eliane Potiguara.
A exposição vai dessa quinta-feira até 17 de março de 2024.
“Ara e etá são termos da língua Tupi. Ara é o dia, o que está no alto, o fruto, o mundo. Etá é o plural dessa língua. Araetá, assim, nos remete aos frutos, aos dias, aos mundos da literatura dos povos originários que, nessa exposição, são percorríveis através das histórias criadas por 114 autores. Como numa espécie de Caminho de Peabiru – antiga rota que conectava diferentes povos indígenas do continente sul-americano –, Araetá traça um percurso que abrange a diversidade étnica, geográfica e temática de escritoras e escritores indígenas. Nas bordas desse percurso há o convite para um diálogo intercultural”, disse o poeta Payayá.
Para saber mais da exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários, acesse o link.
SERVIÇO
Araetá – A Literatura dos Povos Originários
Abertura: quarta-feira (30/08), às 19h
Visitação: 31 de agosto de 2023 a 17 de março de 2024.
Local: Sesc Ipiranga – rua Bom Pastor, 822, São Paulo.