O filme “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, recebeu neste sábado (25/05) o prêmio do júri do 72° Festival de Cinema de Cannes. Os diretores brasileiros dividiram a honraria com o francês Ladj Ly, pelo filme “Les Misérables”.
“Bacurau” era um dos 21 filmes na disputa e o único latino-americano na seleção para a Palma. A trama, que se passa “dentro de alguns anos no Brasil”, conta a história de uma cidade, localizada no Sertão do Seridó, que desaparece misteriosamente do mapa. O western contemporâneo dividiu a crítica em Cannes, onde Kléber Mendonça é conhecido desde que participou do festival em 2016, com “Aquárius”.
Mas o diretor ressaltou que sua história com o evento francês é bem mais antiga. Ao receber o prêmio, o cineasta lembrou que há vinte anos frequenta o festival, desde a época em que era crítico de cinema. “É muito estranho estar agora nesse palco”, declarou.
Já Juliano Dornelles homenageou a equipe que “trabalhou duro para que o filme ficasse pronto”. O diretor, que em entrevista à RFI disse que o projeto é uma forma de resistência, dedicou o prêmio “a todos os trabalhadores do Brasil”. “Somos embaixadores da cultura e precisamos de seu apoio”, completou Mendonça.
Forte participação brasileira
Essa edição foi histórica para o Brasil, presente no Festival de Cannes com sete filmes, entre produções e coproduções. Além de “Bacurau” e “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz, que conquistou a mostra Um Certo Olhar, “Indianara”, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, foi elogiado na mostra Acid, e “Sem Seu Sangue”, primeiro longa de Alice Furtado, foi exibido na Quinzena dos Realizadores.
O cinema nacional também foi representado pelas coproduções “O Traidor”, “Breve História del Planeta Verde” e a animação “Bob Cuspe – Nós não gostamos de gente”. O Brasil ficou atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Bélgica em número de filmes apresentados.
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Cena de ‘Bacurau’, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes