Domingo, 20 de julho de 2025
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Diário, estou aqui no Japão para ver o coroamento do imperador.

Ah, que roupa linda que eu usei! Cheia de medalhas. Pena que não tinha nenhuma de nióbio. Aliás, preciso anotar tudinho para fazer a mesma coisa no meu coroamento. Meu plano é me reeleger em 2022 e ser aclamado imperador em 2026.

Mas não é disso que eu quero falar. Quero falar é do meu sonho de hoje. Foi em formato de bangue-bangue!

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Começou com abutres voando sobre Brasilian City. Eles sabiam que em breve haveria muitos cadáveres para seu banquete.

Logo pela manhã, quando o sol vermelho espantou as últimas estrelas, um emissário do meu bando foi até Bill Bivar, o líder da outra gangue, e propôs uma trégua:

“Vamos fazer o seguinte: vocês liberam os cinco deputados suspensos, digo, os cinco prisioneiros, e nós elegemos um novo gerente para o Saloon, que não vai ser nem Dudu the Kid, nem Xerife Waldir, mas alguém da sua turma.”

O Bill Bivar topou. Liberou os cinco do nosso bando e o Xerife Waldir deixou a gerência do PSL Saloon. Até fez um vídeo. Péssimo, por sinal.

Ah, trouxas! Como é que puderam confiar na gente? Tem caubói que é mais burro que o cavalo, kkk!

Logo que os cinco foram liberados, Dudu the Kid jogou cinco pistolas para eles e gritou:

“Assinem a lista! Digo, atirem nos inimigos!”

Então começou o tiroteio. As balas eram tantas que pareciam um enxame de moscas.

Waldir fugiu, ferido no ombro, Bill Bivar se escondeu no banheiro e Jo Hellmanns saltou pela janela e caiu dentro do cocho dos cavalos.

Dudu venceu e assumiu a gerência do PSL Saloon. Sua primeira atitude foi descarregar suas duas Colts e acabar com os 12 vice-gerentes do lugar.

Ele assoprou os canos de seus revólveres, deu um olhar de malvado e falou: “Não sou padre para dar perdão”.

Enquanto isso, Xerife Waldir e Bill Bivar conseguiram chegar à rua e tentaram recompor suas forças.

De longe, atiraram em 19 membros do nosso bando. Mas nós tínhamos liminares de ferro sob as camisas e as balas ricochetearam. Kkk!

Foi aí que eu acordei. Mas aposto que logo vou sonhar com isso de novo.

Sei que Bill Bivar, Xerife Waldir e Jo Hellmanns não desistiram. O bangue-bangue não acabou.

E os abutres estão atentos.

(*) José Roberto Torero é escritor e jornalista, autor de livros como Papis et Circensis e O Chalaça. O Diário do Bolso é uma obra ficcional de caráter humorístico.

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Estou aqui no Japão para ver o coroamento do imperador; mas não é disso que eu quero falar, quero falar é do meu sonho de hoje. Foi em formato de bangue-bangue!

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