Os protestos desta quinta-feira (30/05) contra os cortes na educação promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) repercutiram na imprensa internacional. Para o jornal argentino Página/12, por exemplo, as manifestações, as quais chamou de “massivas”, continuaram com a “vitalidade” das do último dia 15 de maio, quando ocorreram as primeiras passeatas.
“O panorama observado (…) mostrava que a capacidade de convocação da UNE [União Nacional dos Estudantes], da Ubes [União Brasileira de Estudantes Secundaristas] e dos professores mantém a vitalidade mostrada no 15 de maio, uma data marcante no enfrentamento ao governo”, afirmou o texto do jornal.
“É quase certeza que, ontem, não se mobilizaram 1,5 milhão ou 2 milhões de pessoas como o 15M, mas centenas de milhares, e isso é um incentivo à greve geral convocada para o próximo dia 14 de junho por todas as organizações sindicais”, completa.
O britânico The Guardian destacou a amplitude dos protestos. “De norte a sul do país – de cidades da Amazônia a pequenos municípios do sul profundo – manifestantes apareceram para condenar os movimentos altamente controversos de Bolsonaro de cortar financiamento da educação pública e da ciência”, disse o jornal.
“As decisões de reduzir de forma dramática os recursos de universidades federais – revelados no mês passado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub – causaram revolta, iniciando o que analistas chamam de maiores protestos contra um novo governo no Brasil em décadas”, afirmou o Guardian.
O suíço Tribune de Genève relatou como foram os protestos e destacou a repressão em Brasília. “Em São Paulo, manifestantes abriram uma imensa faixa azul, de uma centena de metros, com a mensagem 'O Brasil se une pela educação’. Em Brasília, houve breves confrontos entre manifestantes e policiais, que usaram sprays de pimenta para dispersá-los”, disse.
A emissora multiestatal teleSUR destacou o número de cidades que se mobilizaram. “Os atos se realizaram em mais de 100 cidades brasileiras e em outros países para levantar a voz ante as medidas de Jair Bolsonaro contra a educação. (…) Desde muito cedo, meios locais e por meio do Twitter mostrava-se como as ruas estavam cheias de estudantes e professores alçando suas vozes para manter uma educação gratuita e de qualidade no país”, relatou.
Por sua vez, a agência internacional AFP, cujo conteúdo foi reproduzido por dezenas de outros veículos, mostrou as manifestações que aconteceram em Brasília. “O governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro provocou revolta entre estudantes e professores em sua proposta de congelar 30% dos gastos discricionários em universidades públicas na segunda metade deste ano”, afirmou.
Reprodução/UNE
Em São Paulo, manifestantes abriram faixa em defesa da educação