O candidato de direita Guillermo Lasso assumiu na tarde desta quarta (10/02) a segunda posição na apuração das eleições presidenciais do Equador, ultrapassando Yaku Pérez, candidato do partido indígena Pachakutik com uma microvantagem de apenas 1.019 votos.
A virada aconteceu quando foi divulgado um boletim do CNE por volta das 19h50, momento em que a apuração alcançou 99,81% das atas processadas. Lasso agora tem 19,63% dos votos, enquanto Pérez aparece com 19,62%.
Se o resultado se confirmar, Lasso vai enfrentar Andrés Arauz, apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, no segundo turno marcado para 11 de abril.
Ainda faltam 76 atas (boletins de sessão eleitoral) a serem processados e, além delas, 1.101 são consideradas “com novidades” – ou seja, contêm inconsistências como erros numéricos, falta de assinaturas dos fiscais das seções eleitorais e falhas digitais.
Por conta disso, de acordo com José Cabrera, conselheiro do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), a publicação dos resultados finais levará dias. Além disso, os candidatos ainda podem contestar a apuração.
Lasso já disputou um segundo turno, quatro anos atrás, contra o então candidato de Correa – o hoje presidente em fim de mandato Lenín Moreno. O ex- e o atual mandatário romperam após Moreno decidir governar fazendo o oposto do que havia prometido em sua campanha.
Reprodução
Direitista superou candidato do partido indígena Pachakutik por volta das 19h50 desta quarta-feira
Tensão
A indefinição de quem iria disputar a segunda volta com Arauz provocou tensões no país, obrigando o CNE a convocar uma reunião com os três candidatos para tentar assegurar que a apuração ocorre com transparência.
Pelo Twitter, Lasso tentava mostrar otimismo. “Tenham confiança e a tranquilidade de que, assim que soubermos 100% dos resultados, estaremos no segundo turno”, disse Lasso, em vídeo.
Enquanto isso, Pérez mais uma vez alertava para uma possível “fraude” – mas sem apresentar provas –, reivindicando a vitória nesta manhã em entrevista ao canal Teleamazonas.
“Os resultados estão aí, só que uma mão invisível quer magicamente distorcer e fazer nosso voto ir para outro lugar, mas neste momento vemos que é irreversível que estejamos no segundo turno”, defendeu Pérez.
Arauz, por sua vez, apelou aos atores políticos à “paciência, prudência e não violência” em vista da publicação final dos resultados eleitorais e pediu celeridade ao órgão eleitoral. Segundo o candidato, para ele, não importa o adversário na próxima rodada.